SÃO BENTO DE NURSIA
(480-547)
b.1) Vida
A fonte principal para conhecer a sua
vida são os diálogos de São Gregório Magno. Bento nasceu entre 480 ou 490 no
seio de uma família rica de Nursia. Muito jovem começou em Roma o estudo das
artes liberais, que o interrompeu para entregar-se a uma vida ascética.
Passou três anos como eremita numa
caverna inacessível, próxima a Sublacus. Sua comunidade monástica começou a
evangelizar.
É chamado pai do ocidente e Patrono da
Europa. Dedicado de modo particular à vida monacal.
Em seu tempo o contexto político e
cultural mudou sintomaticamente. O cristianismo era reconhecido no império.
O que está como base fundamental em
todas as regras é a convivência desde o início, ou seja, viver o que Cristo
quis. É retornar ao cristianismo no seu espírito nascente.
Uma outra idéia que permeava o
fundamento das comunidades é o desejo pelo martírio, mesmo que já não mais
existia um contexto de perseguição como nos primeiros séculos.
São Bento é visto como o pai, reflexo
de Cristo na comunidade. Sua regra tem um modelo político que vai influenciar
até a sociedade na sua maneira de se organizar.
b.2) Obras
Escreveu em Montecassino uma Regra,
que remonta o final de sua vida. Esta regra consta de 70 (73) capítulos. É um
material relativamente sistemático:
1º Prólogo: sobre a atitude básica de saber
escutar.
2º
Fundamento Espiritual:
objetivo (regra, monastério, sobre o abade, o conselho assessor do abade) e
subjetivo (virtudes básicas do monge).
3º A
Organização interna do mosteiro: sobre a liturgia, a ordem disciplinar,
diversos cargos e tarefas.
4º A
Organização das relações externas do mosteiro: sobre os hospedes, pobres, admissão
de novos irmãos.
5º
Ofícios no Mosteiro:
(prior, porteiro etc.) e a estabilidade beneditina.
6ºApêndices: amplia e esclarece
as questões que já foram tratadas. Adverte que esta regra não pode conter uma
orientação concreta para todos os problemas, de modo que a Escritura e os
Padres seguem sendo os principais indicadores nas diretrizes básicas para a
vida monacal.
As fontes literárias desta Regra
Beneditina: Bíblia, Tradição Monástica do oriente e Ocidente, em especial:
Pacômio, Basílio, Agostinho, João Casiano, As Vitae Patrum, Leão Magno e
outros.
O perfil espiritual da Regra se
caracteriza pela celebre frase: “Ora et Labora” e mais precisamente: “Ora,
Labora, Lege, Meditare”. Esta está impregnada de cristocentrismo. São Bento
mereceu o titulo de “Padre do Ocidente” e, por isso, Paulo VI o proclamou, em
1964, Patrono da Europa.
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