QUMRÃ
Trata-se da descoberta
dos manuscritos do mar morto, que lançou nova luz sobre os vários aspectos do
judaísmo pós-bíblico e a visão apocalíptica judaica, inclusive vista pelo livro
de Henoc. Há semelhanças entre esses documentos descobertos com a linguagem
apocalíptica no que diz respeito ao mudo angelicó e a escatologia. Por isso é
ela e de fundamental importância para o estudo do pensamento apocalíptico.
Vários escritos foram encontrados tanto de caráter apócrifo, quanto
pseudoepígrafos, inclui: Daniel, Henoc, Jubileus, O Genesis apócrifo, regra das
comunidades, o documento de Damasco, a regra da guerra, os pesharim
(comentários bíblicos), os hodayout (hinos de ações de graças).
Josefo e Filon
identifica a origem desses escritos na própria seita dos essênios, mais se sabe
que há escritos mais antigos do que a comunidade do mar morto. A maioria dos
relatos encontrados nos rolos está ausente do pensamento grego, como é o caso
da vida após a morte e a crença na ressurreição dos mortos. Os rolos tem
procedência também de tradições sapienciais, sacerdotais e além dos
apocalipses. Os apocalipses de Qumrã provem tanto de Daniel e Henoc, com uma
ligação com a torá. Os rolos em si há poucos apocalipses, com exceção de Daniel
e Henoc. O movimento da seita escreve também o seu próprio gênero
literário como o: serex, pesher,
hordayot, a visão de mundo que encontramos nesses escritos é apocalíptica.
A
HISTÓRIA DA SEITA DO MAR MORTO
Qurãm data da segunda
metade do século II a.C, como se sabe: foram encontradas varias moedas, dentre elas de João Arcano
(134 a 104 a.C). Na paleografia recai para o I sec a.C. o certo é, que nenhuma
obra encontrada foi escrita depois do I sec a.C. ficou desabitado no I sec a.C
e definitivamente em 68 d.C pela invasão dos romanos. Então o principal
documento que fala da Genesis da seita é o documento de damasco que o coloca
399 anos depois da tomada de Nabucodonosor, porém esse documento é do I sec.
a.C.
REVELAÇAO
Todas as coisas no
mundo, são reguladas pelo mistério de Deus, ate mesmo o pecado causado pelo
anjo das trevas faz parte desse mistério. Como esses mistérios são revelados:
os pesharim são talvez a categoria que mais se aproxima nos rolos sectários do
modo apocalíptico de visão. É bom ressaltar que os pesharim não são
apocalipses, diferem no modo de revelar e não usam linguagem escatológica, mais
a experiência histórica da comunidade.
CRIAÇAO
E DUALISMO
A exposição mais
sistemática do que poderia ser chamado de uma escatologia apocalíptica nos
rolos se encontra na instrução sobre os dois Espíritos na regra da comunidade
coluna 3 e 4. Lá se ler que do Deus provem tudo o que e será. Para o homem
criou dois espíritos: o da verdade e o da perversidade (luz e trevas). Para os
justo uma recompensa, para os infiéis o castigo. Esse dualismo bebe de Henoc e
Jubileus. Não fica claro que os membros da seita devessem ter abraçado tal
doutrina, ou que havia quaisquer requisitos de ortodoxia a esse respeito, mas o
dualismo dos dois Espíritos era certamente um aspecto importante e influente da
teologia sectária.
OS
PERIODOS DE HISTORIA
De acordo com a
instrução sobre os dois espíritos, a humanidade está dividida entre os poderes
da luz e das trevas, ate um período final. Em Qumrã se encontra tal teoria na
obra intitulada “pesher” a respeito dos períodos criados por Deus. Parece
provável que os sectários tetaram calcular o final no primeiro século a.C. os rolos falam frequentemente (mais de 30
vezes) do aharir hayyamim, o final dos dias. E o período da vinda dos messias.
A
EXPECTATIVA MESSIANICA
A expectativa
messiânica no judaísmo antigo normalmente se focaliza na restauração da realeza
Davidica, que se apoia em 2Sm7, mais essa linha foi quebrada pelo exílio
babilônico. Com os macabeus essa literatura messiânica de encontra ausente. Ela
reaparece nos salmos de Salomão e nos escritos do mar morto. A expectativa
davidica de um messias guerreiro esta descrita em Is11, Nm24; Gn49; Jr23e33. No
rolo das bênçãos alude a Is 11. O messias guerreiro também aparece em pesher
sobre Is10e11, a mesma coisa o documento de Damasco aludindo a Nm24.
DOIS
MESSIAS
A expectativa de um
messias davidico também aparece nos Apocalipses de 4 esdras e 2 baruc perto do
final do primeiro século, e no segundo século com a revolta de Bar Kokhba.
Não só a figura de um
messias Davidico, mas há de um messias sacerdotal, ele aparece no CD “messias
de Aarão e Israel” o documento 4Q também atesta tal veracidade. Finalmente em
1QSa, a regra da comunidade nos diz que: “ o sacerdote terá precedência sobre o
messias de Israel”. A expectativa de dois messias não é uma anomalia tão grande
quanto pareceu a principio. Nós observa-se no testamento dos doze patriarcas a
crença por parte de alguns círculos judaicos em um messias de Levi e um messias
de Judá. O procedente bíblico para tal messianismo duplo se encontra em
Zacarias 4,14. Eles não veem como
salvadores, mais os rolos tantalizantemente reticentes sobre as atividades do
messias e, na maioria dos casos, apenas afirmam que eles surgirão.
A
GUERRA DA LUZ E DAS TREVAS
O fim dos dias também está
marcado entre a luta contra as forças do mal. Vários documentos aludem a isso:
um pesher, os hodayot. O relato mais elaborado se encontra na regra da guerra
(1QM). Fala-se de filhos da luz e filhos das trevas. Aparece o arcanjo Miguel
em 1QM 17,7 x Belial. Concerteza a regra da Guerra foi influenciada pelo
dualismo persa.
O
PÓS-VIDA
O texto que sobrevive
da regra da guerra não descreve claramente o estado de salvação que se seguirá
a guerra escatológica. Nem a regra da guerra nem o da comunidade utilizam a
linguagem da ressurreição ou falam claramente sobre um fim para este mundo. A
crença na ressurreição era certamente conhecida em Qumrã uma vez que se
encontra em Dn e Enoque. A ressurreição aparece em 4QS521. A regra da guerra e
da comunidade aludem a recompensa e punição após a morte, mas não há
ressurreição, a mesma coisa diz o CD.
CONCLUSAO
OS manuscritos do mar
morto não representam todos eles, a forma de pensar da comunidade de Qumrã.
Dentre eles há os principais livros de regras como os: pesharim, eos hodayot.
Nenhum desses escritos estão na forma de um apocalipse, eles partilham alguns
aspectos da visão de mundo apocalíptica.
Os rolos partilham com os apoicalipses a ideia de que a historia está
dividida em períodos e o tempo do fim esta predeterminado. Uma promessa
messiânica, uma batalha final. Permanece questionável se a comunidade esperava
uma ressurreição final, pública. Cria na punição eterna dos danados, na
imortalidade da alma.
Onde se encontram esses manuscritos?
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