Como no caso do
dogma da Imaculada Conceição, o ponto de partida só pode ser a imagem bíblica
de Maria, lida e interpretada numa chave unitária.
Sobre a morte ou possível sorte
final de Maria não se diz nada no Novo Testamento. Nenhum dos evangelistas teve
interesse de narrar algo relacionado aos últimos dias de Maria na terra.
Já na escatologia do período
intertestamentário se admite a possibilidade de ressurreições individuais. No
Novo Testamento isso se deu de forma culminante em Jesus Cristo , apesar
de São Paulo afirmar que se não há ressurreição dos mortos, tão pouco Cristo
ressuscitou, assim Paulo afirma que a ressurreição dos mortos é inicio e
fundamento da ressurreição de Jesus.
Mesmo diante deste pensamento
de não haver ressurreição individual, a Igreja afirma que Maria nova Eva,
associada intimamente ao Redentor, é assumida em corpo e alma a gloria, inicia
em Maria o ultimo dia. “A Assunção da santíssima virgem constitui uma
participação singular na ressurreição de seu Filho e uma antecipação da
ressurreição dos demais cristãos” (Catecismo da Igreja Católica, 966).
A
Igreja realiza uma leitura escatológica
A Igreja quando canoniza os seus
mártires e santos faz uma leitura escatológica, contemplando a luz do Espírito
Santo e da palavra e olhando o exemplo de vida dos crentes, afirma neles o
cumprimento das promessas de Deus.
No caso da Assunção de Maria a
Igreja faz algo parecido e não faz isso por uma “nova” revelação e nem por uma
descoberta no sentido histórico, mas sim por uma intuição de fé, iluminada
pelas promessas de Deus a quem se identifica com o Seu Filho.
Diante de tantos questionamentos
quanto ao fim de Maria aqui na terra, analisando que Maria foi aquela que nunca
esteve do domínio do maligno, que nenhum poder do mal atuou sobre ela, como
pode ter sido submetida as forças da morte conseqüência do pecado?
Assim a igreja faz a seguinte reflexão:
Desde que o
discípulo amado a acolheu em seu próprio mundo Maria começou a ser parte
integrante do universo dos cristãos. Nós a reconhecemos como mãe e exemplo de
vida.
Todo o ser de
Maria foi vivificado porque Deus realiza essa vivificação-ressuscita todo
aquele que tem germes da graça e Maria foi esta que soube amar e cumprir a
vontade de Deus em tudo e por isso a igreja reconhece-a como aquela que está
junto ao Filho intercedendo por cada um de nós.
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