MÁXIMO, O CONFESSOR
(580)
Temos uma versão que fala da sua vida
monástica e as suas relações com a corte imperial. Levou o nome de confessor pelo fato de ter
confessado a fé numa controvérsia teológica entre monotelistas (único fim) e
monoergismo (única força); estará empenhado nessa controvérsia sob essas duas
formas de se entender o monofisismo (Cristo de uma única natureza); todo o ser
tente para uma única finalidade, uma cauda final, um acabamento, forma de se
entender a única natureza do Cristo. Máximo afirma a tese católica da realidade
em Cristo. Como
podemos entender essa controvérsia?
Parte-se do principio de como devemos
entender a união das duas naturezas que em Cristo são perfeitas. A solução
antioquena é que as duas naturezas são perfeitas e autônomas; em contrapartida,
a solução alexandrina é que estão unidas de tal modo, que a diferença se torna
imperceptível. O Concílio de Constantinopla II tinha retomado o caminho de
Alexandria, tinha afirmado teses da unidade intrínseca, inasociável, sem devida
distinção entre o humano e o divino.
A
questão dos três capítulos que foram condenados (três obras de três
autores de tendência alexandrina): O ponto de partida dessa questão foi um
edito do imperador Justiniano em 544 onde falava da necessidade de uma rigorosa
unidade das naturezas; foram condenadas após a morte do imperador por teólogos:
Teodoreto de Ciro, Teodoro de Mopsuéstia e Iba de Edessa. Estes forma
considerados pelos monofisitas como mentores de Nestório.
O Papa de Roma não aderiu a tese do
imperador Virgílio e este o obrigou a vir a Constantinopla em 547. o Papa envia
em 548 Mena que foi escolhido como arcebispo de Constantinopla, e dessa forma
condenava a teologia monofisita e se reafirmava o que estava decidido em Constantinopla. Em
553 o Papa em seu “constitutum” reafirma sua posição no que diz respeito a essa
questão teológica de Copnstantinopla (as duas naturezas).
As
conseqüências disso:
na África o imperador impõe a resolução desse concílio (Constantinopla II); a
Igreja em Aquiléia se separa de Roma que foi favorecida com a invasão dos
logonbardos que eram arianos.
Monoergismo: (uma só energia) – É
uma tentativa de se amenizar a fórmula das duas naturezas decididas em
Calcedônia em direção a teologia alexandrina, uma única potência e capacidade
de agir no Cristo, uma única vontade presente no Cristo (o Apolinarismo negava
a vontade humana).
f.1) OBRAS
Máximo escreve obras exegéticas,
ascéticas, dogmáticas e mistagógicas, além de 45 cartas.
Quanto a questão da vontade em Cristo,
a causa da perfeição da sua natureza, se encontram duas potências de agir e de
vontade.
No ano 626 o arcebispo de
Constantinopla, Sergio em estreita união com o imperador Heráclio, estabeleceu
um pacto de união com Ciro que era bispo de Fasi e será o futuro arcebispo de
Alexandria, pacto com a Igreja Copta. O termo do pacto: em Cristo existe uma só
vontade e uma só energia, uma só força para agir. Esse pacto tinha um objetivo
político que era reforçar o império diante do perigo Persa. Surgiu logo uma
oposição por parte de um monge palestino chamado Sofrônio que será arcebispo de
Jerusalém.
Sofrônio escreveu uma carta ao
arcebispo Sérgio criticando essa postura monoergética; Sérgio respondeu com um
documento que recebeu o nome de “equiteses” (uma única vontade, operação,
potência única para agir). Sofrônio no Egito tinha conhecido Máximo, o
confessor. Após a morte de Sérgio, este foi sucedido por Piro e aqui teremos
uma controvérsia, um debate entre Piro e Sofrônio que estará mantendo a
teologia da distinção; Piro será vencido nesse debate em Cartago.
Diante do Papa Martinho, Piro abdica,
renuncia as suas teses monoergéticas, Máximo torna-se o predileto do Papa. O
imperador Constante, após a morte de Heráclio, procurou impedir todo tipo de
distinção sobre o tema, pois ai poderia causar divisão. O Papa não aceita e
convoca um sínodo em Laterânio em 649 no qual foi claramente condenada a tese
monoergética. O imperador manda prender o Papa e Máximo, o confessor em 653;
foram deportados e condenados por traição.
Máximo é exilado em 655 na Trácia; em
662 tem um novo processo na capital onde foi condenado com seu discípulo
Anastácio com a punição Persa: Imputação da mão direita e corte da língua. Em
680 e 681 as teses de Máximo foram reabilitadas no Concílio Constantinopolitano
III.
Tese
fundamental:
(teologia de Orígenes) – Em Cristo, em razão da perfeição da sua natureza,
temos duas potências de agir e de vontade, em razão da sua perfeição e razão
salvífica. Se temos essas duas realidades, todavia, temos uma única cooperação,
operam as duas ordenadamente. A auto determinação humana de Cristo acolhe
livremente a potência da vontade divina; a mesma coisa acontece com o
sofrimento, as paixões que são próprias da natureza humana e que o divino não
se opõe a isso.
Portanto, conclui ele: o homem se
atira, se levanta em direção ao conhecimento divino; deve combater as paixões
por meio das virtudes, percorrer a estrada que é Cristo. Cristo com seu
sacrifício é para o homem o garante do sucesso desse percurso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário