sábado, 27 de fevereiro de 2016

MÁXIMO O CONFESSOR

MÁXIMO, O CONFESSOR (580)

Temos uma versão que fala da sua vida monástica e as suas relações com a corte imperial.  Levou o nome de confessor pelo fato de ter confessado a fé numa controvérsia teológica entre monotelistas (único fim) e monoergismo (única força); estará empenhado nessa controvérsia sob essas duas formas de se entender o monofisismo (Cristo de uma única natureza); todo o ser tente para uma única finalidade, uma cauda final, um acabamento, forma de se entender a única natureza do Cristo. Máximo afirma a tese católica da realidade em Cristo. Como podemos entender essa controvérsia?
Parte-se do principio de como devemos entender a união das duas naturezas que em Cristo são perfeitas. A solução antioquena é que as duas naturezas são perfeitas e autônomas; em contrapartida, a solução alexandrina é que estão unidas de tal modo, que a diferença se torna imperceptível. O Concílio de Constantinopla II tinha retomado o caminho de Alexandria, tinha afirmado teses da unidade intrínseca, inasociável, sem devida distinção entre o humano e o divino.
A questão dos três capítulos que foram condenados (três obras de três autores de tendência alexandrina): O ponto de partida dessa questão foi um edito do imperador Justiniano em 544 onde falava da necessidade de uma rigorosa unidade das naturezas; foram condenadas após a morte do imperador por teólogos: Teodoreto de Ciro, Teodoro de Mopsuéstia e Iba de Edessa. Estes forma considerados pelos monofisitas como mentores de Nestório.
O Papa de Roma não aderiu a tese do imperador Virgílio e este o obrigou a vir a Constantinopla em 547. o Papa envia em 548 Mena que foi escolhido como arcebispo de Constantinopla, e dessa forma condenava a teologia monofisita e se reafirmava o que estava decidido em Constantinopla. Em 553 o Papa em seu “constitutum” reafirma sua posição no que diz respeito a essa questão teológica de Copnstantinopla (as duas naturezas).
As conseqüências disso: na África o imperador impõe a resolução desse concílio (Constantinopla II); a Igreja em Aquiléia se separa de Roma que foi favorecida com a invasão dos logonbardos que eram arianos.
Monoergismo: (uma só energia) – É uma tentativa de se amenizar a fórmula das duas naturezas decididas em Calcedônia em direção a teologia alexandrina, uma única potência e capacidade de agir no Cristo, uma única vontade presente no Cristo (o Apolinarismo negava a vontade humana).

f.1) OBRAS
Máximo escreve obras exegéticas, ascéticas, dogmáticas e mistagógicas, além de 45 cartas.
Quanto a questão da vontade em Cristo, a causa da perfeição da sua natureza, se encontram duas potências de agir e de vontade.
No ano 626 o arcebispo de Constantinopla, Sergio em estreita união com o imperador Heráclio, estabeleceu um pacto de união com Ciro que era bispo de Fasi e será o futuro arcebispo de Alexandria, pacto com a Igreja Copta. O termo do pacto: em Cristo existe uma só vontade e uma só energia, uma só força para agir. Esse pacto tinha um objetivo político que era reforçar o império diante do perigo Persa. Surgiu logo uma oposição por parte de um monge palestino chamado Sofrônio que será arcebispo de Jerusalém.
Sofrônio escreveu uma carta ao arcebispo Sérgio criticando essa postura monoergética; Sérgio respondeu com um documento que recebeu o nome de “equiteses” (uma única vontade, operação, potência única para agir). Sofrônio no Egito tinha conhecido Máximo, o confessor. Após a morte de Sérgio, este foi sucedido por Piro e aqui teremos uma controvérsia, um debate entre Piro e Sofrônio que estará mantendo a teologia da distinção; Piro será vencido nesse debate em Cartago.
Diante do Papa Martinho, Piro abdica, renuncia as suas teses monoergéticas, Máximo torna-se o predileto do Papa. O imperador Constante, após a morte de Heráclio, procurou impedir todo tipo de distinção sobre o tema, pois ai poderia causar divisão. O Papa não aceita e convoca um sínodo em Laterânio em 649 no qual foi claramente condenada a tese monoergética. O imperador manda prender o Papa e Máximo, o confessor em 653; foram deportados e condenados por traição.
Máximo é exilado em 655 na Trácia; em 662 tem um novo processo na capital onde foi condenado com seu discípulo Anastácio com a punição Persa: Imputação da mão direita e corte da língua. Em 680 e 681 as teses de Máximo foram reabilitadas no Concílio Constantinopolitano III.
Tese fundamental: (teologia de Orígenes) – Em Cristo, em razão da perfeição da sua natureza, temos duas potências de agir e de vontade, em razão da sua perfeição e razão salvífica. Se temos essas duas realidades, todavia, temos uma única cooperação, operam as duas ordenadamente. A auto determinação humana de Cristo acolhe livremente a potência da vontade divina; a mesma coisa acontece com o sofrimento, as paixões que são próprias da natureza humana e que o divino não se opõe a isso.

Portanto, conclui ele: o homem se atira, se levanta em direção ao conhecimento divino; deve combater as paixões por meio das virtudes, percorrer a estrada que é Cristo. Cristo com seu sacrifício é para o homem o garante do sucesso desse percurso.

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