Agostinho e o
Donatismo
Donato foi bispo de Cartago (315-395).
Surge num contexto de sucessão radical.
Por ser escolhido Ceciliano, Donato,
opondo-se à sua eleição, em razão de quem o consagrou, isto é, o bispo que o
consagrou não estava, na visão de Donato, apto para consagrar.
Ceciliano sucederia o bispo falecido. Seja
em Roma ou em Arbs, Ceciliano foi considerado e confirmado bispo.
O problema donatista era de ordem
eclesial, ou seja, era purificar a Igreja dos problemas morais e doutrinários.
Uma Igreja pura.
Os donatistas se apresentaram como uma
Igreja de mártires até o suicídio e como uma proposta de total separação entre
a Igreja e o Estado. É um modelo de Igreja nacional.
A grande fonte para o conhecimento da
doutrina donatista encontra-se nas obras de Agostinho e em especial “Contra
Crescônio”.
Agostinho vai traçar o perfil
cristológico e, mais precisamente, eclesiológico.
Com a obra contra os donatistas no ano
de 400, Agostinho responde as questões em relação à Igreja e a questão entre a
validade e eficácia dos sacramentos, em especial o batismo. Esta obra se
contrapõe à tese do purismo. Suas afirmações teológicas sempre estavam em comum
acordo com Roma.
A África de então tinha uma
característica puritanista. No período de Agostinho, já existia, em 336 num
sínodo local, 280 bispos donatistas reunidos.
Em sua obra sobre os Salmos,
encontra-se fortemente a presença de Agostinho nos sínodos para organizar a
Igreja em vários âmbitos na África.
O movimento monacal vem de encontro ao
donatismo, pois queriam renovar a Igreja a partir de dentro.
c) Agostinho e o
Pelagianismo
A respeito do pelagianismo, Agostinho
trata de modo particular no “Tratado sobre a Graça”, que é um tema fundamental.
Pelágio (354-427) era um monge inglês,
não cenobítico, da Britânia. Estudou em Roma o direito romano.
Vai à África e a Cartago. Em seguida à
Jerusalém. É muito amigo do bispo de Jerusalém, chamado João.
Os pelagianos vão causar enormes
polemicas contra os originistas, se propagando por toda Itália, França,
Espanha, Grãbetânia e Norte da África.
Em vários momentos Agostinho vai de
encontro aos pelagianos, escrevendo uma obra belíssima, intitulada “Sobre a
dureza do coração do Faraó”, opondo-se a uma obra chamada “Ambrosiste”, a qual
Pelágio fundamentou a sua tese.
O pelagianismo vai afirmar que não há
nenhum tipo de predestinação, pois a predestinação na sua linha mais imediata é
do maniqueísmo fatalista. Além de não aceitar nenhum tipo de predestinação vai
afirmar que a salvação se dá pelo próprio homem, por este ser imagem de Deus.
Toda salvação se dá exclusivamente
pela observação da lei natural, pois é uma prática racional.
Pelágio e Agostinho discutem os mesmos
temas com perspectivas diferentes. Agostinho aprofunda essas questões em Jesus Cristo.
Em 411, o sínodo de Cartago condena o
bispo e teólogo Celéstio. E em 415, o sínodo de Hóstia condena os bispos
franceses da Gália que sustentavam a tese da impecabilidade. Pelágio essa tese
sustenta como uma possibilidade teórica.
Em 417, no concílio africano, há uma
forte reação contra o papa Inocêncio I, por ser um semi-pelagiano. É a reação
agostiniana que vai trazer a luz ao próprio papa.
Inocêncio vai absolver Pelágio e ainda
em 400 o papa Zózimo vai reabilitar Pelágio.
No ano de 418 Agostinho entra em
questão contra Juliano, pelagiano. Há um grande sínodo africano que confirma a
condenação do pelagianismo. É um período de divisor de águas.
Em 425 Valentiniano III condena o
pelagianismo e em 431, em Éfeso, é a condenação definitiva do pelagianismo.
As obras de Agostinho, neste período,
têm características de ordem teóricas e pastorais.
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