sábado, 27 de fevereiro de 2016

SANTO AGOSTINHO DONATISMO E PELAGIANISMO

Agostinho e o Donatismo

Donato foi bispo de Cartago (315-395). Surge num contexto de sucessão radical.
Por ser escolhido Ceciliano, Donato, opondo-se à sua eleição, em razão de quem o consagrou, isto é, o bispo que o consagrou não estava, na visão de Donato, apto para consagrar.
Ceciliano sucederia o bispo falecido. Seja em Roma ou em Arbs, Ceciliano foi considerado e confirmado bispo.
O problema donatista era de ordem eclesial, ou seja, era purificar a Igreja dos problemas morais e doutrinários. Uma Igreja pura.
Os donatistas se apresentaram como uma Igreja de mártires até o suicídio e como uma proposta de total separação entre a Igreja e o Estado. É um modelo de Igreja nacional.
A grande fonte para o conhecimento da doutrina donatista encontra-se nas obras de Agostinho e em especial “Contra Crescônio”.
Agostinho vai traçar o perfil cristológico e, mais precisamente, eclesiológico.
Com a obra contra os donatistas no ano de 400, Agostinho responde as questões em relação à Igreja e a questão entre a validade e eficácia dos sacramentos, em especial o batismo. Esta obra se contrapõe à tese do purismo. Suas afirmações teológicas sempre estavam em comum acordo com Roma.
A África de então tinha uma característica puritanista. No período de Agostinho, já existia, em 336 num sínodo local, 280 bispos donatistas reunidos.
Em sua obra sobre os Salmos, encontra-se fortemente a presença de Agostinho nos sínodos para organizar a Igreja em vários âmbitos na África.
O movimento monacal vem de encontro ao donatismo, pois queriam renovar a Igreja a partir de dentro.

c) Agostinho e o Pelagianismo

A respeito do pelagianismo, Agostinho trata de modo particular no “Tratado sobre a Graça”, que é um tema fundamental.
Pelágio (354-427) era um monge inglês, não cenobítico, da Britânia. Estudou em Roma o direito romano.
Vai à África e a Cartago. Em seguida à Jerusalém. É muito amigo do bispo de Jerusalém, chamado João.
Os pelagianos vão causar enormes polemicas contra os originistas, se propagando por toda Itália, França, Espanha, Grãbetânia e Norte da África.
Em vários momentos Agostinho vai de encontro aos pelagianos, escrevendo uma obra belíssima, intitulada “Sobre a dureza do coração do Faraó”, opondo-se a uma obra chamada “Ambrosiste”, a qual Pelágio fundamentou a sua tese.
O pelagianismo vai afirmar que não há nenhum tipo de predestinação, pois a predestinação na sua linha mais imediata é do maniqueísmo fatalista. Além de não aceitar nenhum tipo de predestinação vai afirmar que a salvação se dá pelo próprio homem, por este ser imagem de Deus.
Toda salvação se dá exclusivamente pela observação da lei natural, pois é uma prática racional.
Pelágio e Agostinho discutem os mesmos temas com perspectivas diferentes. Agostinho aprofunda essas questões em Jesus Cristo.
Em 411, o sínodo de Cartago condena o bispo e teólogo Celéstio. E em 415, o sínodo de Hóstia condena os bispos franceses da Gália que sustentavam a tese da impecabilidade. Pelágio essa tese sustenta como uma possibilidade teórica.
Em 417, no concílio africano, há uma forte reação contra o papa Inocêncio I, por ser um semi-pelagiano. É a reação agostiniana que vai trazer a luz ao próprio papa.
Inocêncio vai absolver Pelágio e ainda em 400 o papa Zózimo vai reabilitar Pelágio.
No ano de 418 Agostinho entra em questão contra Juliano, pelagiano. Há um grande sínodo africano que confirma a condenação do pelagianismo. É um período de divisor de águas.
Em 425 Valentiniano III condena o pelagianismo e em 431, em Éfeso, é a condenação definitiva do pelagianismo.
As obras de Agostinho, neste período, têm características de ordem teóricas e pastorais.


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