O
PAPA BENTO XV E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
a) O Papa Bento XV
Giacomo
Della Chiesa nasceu em Genova, 1854. É proveniente de uma família nobre. Quando
criança teve dificuldade de saúde. Estudou em casa, depois no seminário, porém,
morava em casa. No
seminário é atraído pelo sacerdócio. Todavia, seu pai não permitiu que entrasse
no seminário antes que se formasse. Fez Direito, depois de formado seu pai
concedeu a permissão para entrar no seminário. Foi para Roma estudar direito
eclesiástico na Academia dos Nobres Eclesiásticos.
Ao
terminar os estudos e ordenado sacerdote foi trabalhar na cúria e lá conhece o
cardeal Mariano Rampolla del Tindara (secretário de Leão XIII) que era
candidato favorável ao papado. De 1883-1887 Mariano vai como Núncio para a
Espanha e Giocomo o acompanha para trabalhar na Nunciatura. Quando Mariano
retorna para Roma ele também volta e fica na Cúria até se tornar substituto
Secretário de Estado de 1901-1907. Merry Del Val fica como Secretário de Estado
e Giocomo não se dando bem com ele é mandado para Bolonha, Itália onde é bispo e
depois arcebispo. Em maio de 1914, Giacomo tornou-se cardeal.
Com
a morte de Pio X em 20 de julho de 1914; em 03 de setembro de 1914 eleito Papa
Giacomo escolheu o nome de Bento XV em homenagem de seu predecessor que foi
bispo de Bolonha. Quando se tornou Papa já tinha iniciado a Primeira Guerra Mundial.
Bento
XV (1914-1922) não continuou as mudanças de Pio X.
b) Primeira Guerra Mundial
Desde
1870, quando a Rússia vence a França. Surge o Império Austro-húngaro.
Existia
uma série de problemas em relação aos países europeus; conseqüências do
Congresso de Viena em 1915.
A partir de 1948 houve uma má interpretação do
nacionalismo exacerbado. No século XX esse nacionalismo tinha se tornado um
culto idolátrico a pátria. O nacionalismo exacerbado vai fazer com que a guerra
aconteça. O imperador da época se chama Francisco José; seu filho cometeu
suicido deixando-o sem descendente. Passou a ser descendente seu sobrinho
Francisco Ferdinando que foi morto em 28 de junho de 1914 por um estudante
Sérvio que fazia parte de um movimento ultranacionalista. A Áustria fez uma
série de pressões para que a Sérvia cedesse algumas coisas. Não sendo atendida
pela Sérvia, a Áustria resolveu declarar guerra em 28 de julho de 1914. Os
Sérvios receberam apoio dos Russos que declararam guerra a Áustria, e a
Alemanha apoiou a Áustria. Nessa exacerbação dos nacionalistas existiam acordos
entre as nações. Um se chamava Tríplice Aliança, formada entre a Alemanha,
Áustria e Itália, e Tríplice Entente formada entre a Grã-Bretanha, França e
Rússia (alianças antes da guerra).
Depois
da guerra temos dois grupos:
1°)
Potências Centrais: Alemanha, Áustria, Turquia e Bulgária;
2°)
Aliados: Rússia, França, Grã-Bretanha, Itália e Estados Unidos da América.
O
ponto inicial da guerra foi o assassinato do sobrinho do imperador Francisco
José. Nesta guerra foram usadas pela primeira vez muitas armas como, o aviões,
tanques, etc. Os católicos de cada nação afirmavam que era uma guerra boa e
necessária e se achavam protegidos por Deus e Nossa Senhora para atacar o
inimigo.
Pio
X a única vez que falou da guerra foi para pedir aos povos orações. A Santa Sé
sempre se colocou numa postura de neutralidade; Bento XV toma uma postura
diferente e se posiciona dentro da guerra. Em 1915 ele protesta contra a
invasão Bélgica. Fala de um modo geral para não ser mal interpretado. Ele quer
condenar a guerra como tal. Em 04 de março de 1916 num documento fala que a
guerra é um suicídio para a sociedade e uma loucura. Em 04 de dezembro diz que “a guerra é a pior tragédia da loucura
humana”. Por fim, publica em 1917 um documento que é a proposta para se
chegar à paz: “Nota de primeiro de Agosto”.
Ele relembra os três objetivos do início do seu Pontificado:
1°)
Perfeita imparcialidade com relação aos beligerantes (os que brigavam);
2°)
O esforço contínuo de fazer a todos o maior bem possível[1];
3°)
O esforço para apressar o fim desta calamidade.
O
papa quer uma paz estável e digna para todos. Suas sugestões são:
→
Diminuição dos armamentos das várias nações;
→
Instituição de um arbitrato internacional para tratar das questões
fronteiriças;
→
Liberdade dos mares;
→
Perdão recíproco dos danos e gastos de guerra;
→
Recíproca restituição dos territórios ocupados. Quer que a Alemanha saia da
Bélgica; restituição das colônias alemãs para a Alemanha (foram divididas entre
os Aliados);
→ Solução de outras questões territoriais,
tendo em conta as aspirações dos povos locais (fala dos problemas entre Áustria
e Itália, Alemanha e França, problema da Armênia, questão dos Bálcãs e do
antigo Reino da Polônia).
Bento
XV tenta propor uma saída equilibrada. No final ele usa essa frase: “A guerra é uma inútil tragédia”. Essas
sugestões foram enviadas aos chefes de Estado. A Rússia, a França e a Itália
não responderam; A Inglaterra subordinou qualquer resposta a precisas
declarações sobre a Bélgica; os Estados Unidos diz que é impossível um tratado
de paz.
O
papa colocou-se aberto contra a guerra. Por isso, foi muito criticado pelos
seus contemporâneos. Por que todos os católicos da época eram favoráveis à
guerra. A sua iniciativa foi ignorada,
ou seja, não foram seguidas. Mas essa nota foi um ato de coragem. Ele viveu a
solidão do poder.
A
guerra vai continuar; no mesmo ano de 1917 temos a Revolução na Rússia tirando
o poder do imperador e dando início ao Comunismo. Na Alemanha vão começar
várias insatisfações do imperador e em 1918 cai a monarquia. Na Áustria o
imperador Carlos I abdicou. Na Turquia também caiu o governo e um dos militares
deu início a República Turca. A Alemanha vai assinar o anistício em 11 de
novembro de 1918. Em 1919 se deu início as conferências de Paris para se chegar
ao tratado da paz. O Tratado de Versalhes vai ser assinado em 28 de junho de
1919- causa da Segunda Guerra Mundial; (a Alemanha não assinou). A Alemanha
entra numa crise econômica, também causa da Segunda Guerra.
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