sábado, 13 de fevereiro de 2016

QUMRÃ

QUMRÃ

Trata-se da descoberta dos manuscritos do mar morto, que lançou nova luz sobre os vários aspectos do judaísmo pós-bíblico e a visão apocalíptica judaica, inclusive vista pelo livro de Henoc. Há semelhanças entre esses documentos descobertos com a linguagem apocalíptica no que diz respeito ao mudo angelicó e a escatologia. Por isso é ela e de fundamental importância para o estudo do pensamento apocalíptico. Vários escritos foram encontrados tanto de caráter apócrifo, quanto pseudoepígrafos, inclui: Daniel, Henoc, Jubileus, O Genesis apócrifo, regra das comunidades, o documento de Damasco, a regra da guerra, os pesharim (comentários bíblicos), os hodayout (hinos de ações de graças).
Josefo e Filon identifica a origem desses escritos na própria seita dos essênios, mais se sabe que há escritos mais antigos do que a comunidade do mar morto. A maioria dos relatos encontrados nos rolos está ausente do pensamento grego, como é o caso da vida após a morte e a crença na ressurreição dos mortos. Os rolos tem procedência também de tradições sapienciais, sacerdotais e além dos apocalipses. Os apocalipses de Qumrã provem tanto de Daniel e Henoc, com uma ligação com a torá. Os rolos em si há poucos apocalipses, com exceção de Daniel e Henoc. O movimento da seita escreve também o seu próprio gênero literário  como o: serex, pesher, hordayot, a visão de mundo que encontramos nesses escritos é apocalíptica.
A HISTÓRIA DA SEITA DO MAR MORTO
Qurãm data da segunda metade do século II a.C, como se sabe: foram encontradas  varias moedas, dentre elas de João Arcano (134 a 104 a.C). Na paleografia recai para o I sec a.C. o certo é, que nenhuma obra encontrada foi escrita depois do I sec a.C. ficou desabitado no I sec a.C e definitivamente em 68 d.C pela invasão dos romanos. Então o principal documento que fala da Genesis da seita é o documento de damasco que o coloca 399 anos depois da tomada de Nabucodonosor, porém esse documento é do I sec. a.C.
REVELAÇAO
Todas as coisas no mundo, são reguladas pelo mistério de Deus, ate mesmo o pecado causado pelo anjo das trevas faz parte desse mistério. Como esses mistérios são revelados: os pesharim são talvez a categoria que mais se aproxima nos rolos sectários do modo apocalíptico de visão. É bom ressaltar que os pesharim não são apocalipses, diferem no modo de revelar e não usam linguagem escatológica, mais a experiência histórica da comunidade.
CRIAÇAO E DUALISMO
A exposição mais sistemática do que poderia ser chamado de uma escatologia apocalíptica nos rolos se encontra na instrução sobre os dois Espíritos na regra da comunidade coluna 3 e 4. Lá se ler que do Deus provem tudo o que e será. Para o homem criou dois espíritos: o da verdade e o da perversidade (luz e trevas). Para os justo uma recompensa, para os infiéis o castigo. Esse dualismo bebe de Henoc e Jubileus. Não fica claro que os membros da seita devessem ter abraçado tal doutrina, ou que havia quaisquer requisitos de ortodoxia a esse respeito, mas o dualismo dos dois Espíritos era certamente um aspecto importante e influente da teologia sectária.
OS PERIODOS DE HISTORIA
De acordo com a instrução sobre os dois espíritos, a humanidade está dividida entre os poderes da luz e das trevas, ate um período final. Em Qumrã se encontra tal teoria na obra intitulada “pesher” a respeito dos períodos criados por Deus. Parece provável que os sectários tetaram calcular o final no primeiro século a.C.  os rolos falam frequentemente (mais de 30 vezes) do aharir hayyamim, o final dos dias. E o período da vinda dos messias.
A EXPECTATIVA MESSIANICA
A expectativa messiânica no judaísmo antigo normalmente se focaliza na restauração da realeza Davidica, que se apoia em 2Sm7, mais essa linha foi quebrada pelo exílio babilônico. Com os macabeus essa literatura messiânica de encontra ausente. Ela reaparece nos salmos de Salomão e nos escritos do mar morto. A expectativa davidica de um messias guerreiro esta descrita em Is11, Nm24; Gn49; Jr23e33. No rolo das bênçãos alude a Is 11. O messias guerreiro também aparece em pesher sobre Is10e11, a mesma coisa o documento de Damasco aludindo a Nm24.
DOIS MESSIAS
 A expectativa de um messias davidico também aparece nos Apocalipses de 4 esdras e 2 baruc perto do final do primeiro século, e no segundo século com a revolta de Bar Kokhba.
Não só a figura de um messias Davidico, mas há de um messias sacerdotal, ele aparece no CD “messias de Aarão e Israel” o documento 4Q também atesta tal veracidade. Finalmente em 1QSa, a regra da comunidade nos diz que: “ o sacerdote terá precedência sobre o messias de Israel”. A expectativa de dois messias não é uma anomalia tão grande quanto pareceu a principio. Nós observa-se no testamento dos doze patriarcas a crença por parte de alguns círculos judaicos em um messias de Levi e um messias de Judá. O procedente bíblico para tal messianismo duplo se encontra em Zacarias 4,14.  Eles não veem como salvadores, mais os rolos tantalizantemente reticentes sobre as atividades do messias e, na maioria dos casos, apenas afirmam que eles surgirão.
A GUERRA DA LUZ E DAS TREVAS
O fim dos dias também está marcado entre a luta contra as forças do mal. Vários documentos aludem a isso: um pesher, os hodayot. O relato mais elaborado se encontra na regra da guerra (1QM). Fala-se de filhos da luz e filhos das trevas. Aparece o arcanjo Miguel em 1QM 17,7 x Belial. Concerteza a regra da Guerra foi influenciada pelo dualismo persa.
O PÓS-VIDA
O texto que sobrevive da regra da guerra não descreve claramente o estado de salvação que se seguirá a guerra escatológica. Nem a regra da guerra nem o da comunidade utilizam a linguagem da ressurreição ou falam claramente sobre um fim para este mundo. A crença na ressurreição era certamente conhecida em Qumrã uma vez que se encontra em Dn e Enoque. A ressurreição aparece em 4QS521. A regra da guerra e da comunidade aludem a recompensa e punição após a morte, mas não há ressurreição, a mesma coisa diz o CD.
CONCLUSAO

OS manuscritos do mar morto não representam todos eles, a forma de pensar da comunidade de Qumrã. Dentre eles há os principais livros de regras como os: pesharim, eos hodayot. Nenhum desses escritos estão na forma de um apocalipse, eles partilham alguns aspectos da visão de mundo apocalíptica.  Os rolos partilham com os apoicalipses a ideia de que a historia está dividida em períodos e o tempo do fim esta predeterminado. Uma promessa messiânica, uma batalha final. Permanece questionável se a comunidade esperava uma ressurreição final, pública. Cria na punição eterna dos danados, na imortalidade da alma.

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