segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O PAPA BENTO XV E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

O PAPA BENTO XV E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

a) O Papa Bento XV

Giacomo Della Chiesa nasceu em Genova, 1854. É proveniente de uma família nobre. Quando criança teve dificuldade de saúde. Estudou em casa, depois no seminário, porém, morava em casa. No seminário é atraído pelo sacerdócio. Todavia, seu pai não permitiu que entrasse no seminário antes que se formasse. Fez Direito, depois de formado seu pai concedeu a permissão para entrar no seminário. Foi para Roma estudar direito eclesiástico na Academia dos Nobres Eclesiásticos.
Ao terminar os estudos e ordenado sacerdote foi trabalhar na cúria e lá conhece o cardeal Mariano Rampolla del Tindara (secretário de Leão XIII) que era candidato favorável ao papado. De 1883-1887 Mariano vai como Núncio para a Espanha e Giocomo o acompanha para trabalhar na Nunciatura. Quando Mariano retorna para Roma ele também volta e fica na Cúria até se tornar substituto Secretário de Estado de 1901-1907. Merry Del Val fica como Secretário de Estado e Giocomo não se dando bem com ele é mandado para Bolonha, Itália onde é bispo e depois arcebispo. Em maio de 1914, Giacomo tornou-se cardeal.
Com a morte de Pio X em 20 de julho de 1914; em 03 de setembro de 1914 eleito Papa Giacomo escolheu o nome de Bento XV em homenagem de seu predecessor que foi bispo de Bolonha. Quando se tornou Papa já tinha iniciado a Primeira Guerra Mundial.
Bento XV (1914-1922) não continuou as mudanças de Pio X.



b) Primeira Guerra Mundial

Desde 1870, quando a Rússia vence a França. Surge o Império Austro-húngaro.
Existia uma série de problemas em relação aos países europeus; conseqüências do Congresso de Viena em 1915. A partir de 1948 houve uma má interpretação do nacionalismo exacerbado. No século XX esse nacionalismo tinha se tornado um culto idolátrico a pátria. O nacionalismo exacerbado vai fazer com que a guerra aconteça. O imperador da época se chama Francisco José; seu filho cometeu suicido deixando-o sem descendente. Passou a ser descendente seu sobrinho Francisco Ferdinando que foi morto em 28 de junho de 1914 por um estudante Sérvio que fazia parte de um movimento ultranacionalista. A Áustria fez uma série de pressões para que a Sérvia cedesse algumas coisas. Não sendo atendida pela Sérvia, a Áustria resolveu declarar guerra em 28 de julho de 1914. Os Sérvios receberam apoio dos Russos que declararam guerra a Áustria, e a Alemanha apoiou a Áustria. Nessa exacerbação dos nacionalistas existiam acordos entre as nações. Um se chamava Tríplice Aliança, formada entre a Alemanha, Áustria e Itália, e Tríplice Entente formada entre a Grã-Bretanha, França e Rússia (alianças antes da guerra).
Depois da guerra temos dois grupos:
1°) Potências Centrais: Alemanha, Áustria, Turquia e Bulgária;
2°) Aliados: Rússia, França, Grã-Bretanha, Itália e Estados Unidos da América.
O ponto inicial da guerra foi o assassinato do sobrinho do imperador Francisco José. Nesta guerra foram usadas pela primeira vez muitas armas como, o aviões, tanques, etc. Os católicos de cada nação afirmavam que era uma guerra boa e necessária e se achavam protegidos por Deus e Nossa Senhora para atacar o inimigo.
Pio X a única vez que falou da guerra foi para pedir aos povos orações. A Santa Sé sempre se colocou numa postura de neutralidade; Bento XV toma uma postura diferente e se posiciona dentro da guerra. Em 1915 ele protesta contra a invasão Bélgica. Fala de um modo geral para não ser mal interpretado. Ele quer condenar a guerra como tal. Em 04 de março de 1916 num documento fala que a guerra é um suicídio para a sociedade e uma loucura. Em 04 de dezembro diz que “a guerra é a pior tragédia da loucura humana”. Por fim, publica em 1917 um documento que é a proposta para se chegar à paz: “Nota de primeiro de Agosto”. Ele relembra os três objetivos do início do seu Pontificado:
1°) Perfeita imparcialidade com relação aos beligerantes (os que brigavam);
2°) O esforço contínuo de fazer a todos o maior bem possível[1];
3°) O esforço para apressar o fim desta calamidade.
O papa quer uma paz estável e digna para todos. Suas sugestões são:
→ Diminuição dos armamentos das várias nações;
→ Instituição de um arbitrato internacional para tratar das questões fronteiriças;
→ Liberdade dos mares;
→ Perdão recíproco dos danos e gastos de guerra;
→ Recíproca restituição dos territórios ocupados. Quer que a Alemanha saia da Bélgica; restituição das colônias alemãs para a Alemanha (foram divididas entre os Aliados);
 → Solução de outras questões territoriais, tendo em conta as aspirações dos povos locais (fala dos problemas entre Áustria e Itália, Alemanha e França, problema da Armênia, questão dos Bálcãs e do antigo Reino da Polônia).
Bento XV tenta propor uma saída equilibrada. No final ele usa essa frase: “A guerra é uma inútil tragédia”. Essas sugestões foram enviadas aos chefes de Estado. A Rússia, a França e a Itália não responderam; A Inglaterra subordinou qualquer resposta a precisas declarações sobre a Bélgica; os Estados Unidos diz que é impossível um tratado de paz.
O papa colocou-se aberto contra a guerra. Por isso, foi muito criticado pelos seus contemporâneos. Por que todos os católicos da época eram favoráveis à guerra.  A sua iniciativa foi ignorada, ou seja, não foram seguidas. Mas essa nota foi um ato de coragem. Ele viveu a solidão do poder.
A guerra vai continuar; no mesmo ano de 1917 temos a Revolução na Rússia tirando o poder do imperador e dando início ao Comunismo. Na Alemanha vão começar várias insatisfações do imperador e em 1918 cai a monarquia. Na Áustria o imperador Carlos I abdicou. Na Turquia também caiu o governo e um dos militares deu início a República Turca. A Alemanha vai assinar o anistício em 11 de novembro de 1918. Em 1919 se deu início as conferências de Paris para se chegar ao tratado da paz. O Tratado de Versalhes vai ser assinado em 28 de junho de 1919- causa da Segunda Guerra Mundial; (a Alemanha não assinou). A Alemanha entra numa crise econômica, também causa da Segunda Guerra.



[1] Refere-se ao trabalho assistencial promovido pela Santa Sé aos prisioneiros.

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