sábado, 27 de fevereiro de 2016

BOECIO

Boecio (475-524)

a.1) Vida
Anicio Manlio Severino Boecio, nascido em 480, cidade de Pávia, Roma. Sua descendência era romana dos Amícios. Logo se interessou pela careira política, tornando-se influente na política imperial desde o séc. II e convertido ao cristianismo no século IV.
Depois da morte muito cedo de seu pai, foi adotado por seu tio Quinto Aurélio Menio Simaco.
Recebeu uma boa formação latina e grega, em Roma e em Alexandria. Contraiu matrimônio com a filha de seu tio e destacando-se por seus brilhantes conhecimentos literários e científicos, atraiu a atenção do rei ostrogodo, Teodorico o Grande.
Boecio em 510 se tornou cônsul e em  522 alcançou o cume de sua carreira ao ser nomeado Mestre Oficial, o cargo mais alto da corte do Estado, que por sua vez vai causar a sua queda e desgraça. Pois com o surgimento das dificuldades políticas entre Teodorico (de confissão ariana) e o novo imperador de Constantinopla Justino (518-527), proporcionou que alguns dos senadores romanos, de confissão católica, se aliassem com Justino e conspiraram contra Teodorico.
Teodorico suspeitou de Boecio e decidiu dar exemplos nessa delicada situação: Boecio foi deposto de seus cargos, aprisionado e julgado de alta traição. Foi executado em outubro de 524 no lugar chamado Ager Calventianus, cerca de Pávia.
Boecio proporcionou a aliança entre Roma e Bizâncio. Foi contemporâneo de São Bento e vai, quando na prisão, escrever a sua obra mais importante: “Sobre a Consolação da Filosofia”.
Contudo, a influencia de Boecio na Idade Média foi enorme, a ponto de os medievais classificarem como “nosso sumo filosofo”. É dele que mais tarde São Tomás de Aquino vai fundamentar o binômio metafísico de “essência” e “ato de ser” dos entes. Depois do ano 500, Boecio começou a publicar seus escritos científicos como:

a.2) Obras 
1º Manuais das Sete Artes Liberais: eram as bases do sistema acadêmico da antiguidade e na Idade Média.
2º Sobre a Consolação da Filosofia: composta no ano 523-524. Os temas são tomados todos do ponto de vista filosófico. Nesta obra não aparece nenhuma menção ao Deus cristão. A resposta que é dada, sobretudo, a questão apresentada, é a resposta do bem, como perfeito, isto é, Deus. Quanto ao mal ele não tem consistência em si mesmo. Ele é o que Agostinho já dizia: “o mal é ausência do bem”.
3º Com o interesse de compendiar a sabedoria clássica, traduziu para o latim os escritos de Platão e Aristóteles.
4º tratou de temas como: 1) Sobre a instabilidade das riquezas e do poder; 2) sobre a natureza do bem; 3) sobre a providencia; 4) o livre arbítrio; 5) sobre a perpetuidade do mundo.
         5º A cristologia: conta que Eutiques e Nestório desenrolam a doutrina da união hipostática.
         6º Em continuidade a Santo Agostinho produziu sua doutrina Trinitária: “quando trinitas unus Deus ac non três dii”. E ainda: “Utrum pater et filius et spiritus sanctus de divinitate substantialiter praedicentur”.
         7º relaciona teologia cristã com a ontologia neoplatônica de Proclo: “De hebdomadibus”
         8º fez um resumo da doutrina da salvação: “De fide catholica” e “De antonia duvidosa”.



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