Boecio (475-524)
a.1) Vida
Anicio Manlio Severino Boecio, nascido
em 480, cidade de Pávia, Roma. Sua descendência era romana dos Amícios. Logo se
interessou pela careira política, tornando-se influente na política imperial
desde o séc. II e convertido ao cristianismo no século IV.
Depois da morte muito cedo de seu pai,
foi adotado por seu tio Quinto Aurélio Menio Simaco.
Recebeu uma boa formação latina e
grega, em Roma e em
Alexandria. Contraiu matrimônio com a filha de seu tio e
destacando-se por seus brilhantes conhecimentos literários e científicos,
atraiu a atenção do rei ostrogodo, Teodorico o Grande.
Boecio em 510 se tornou cônsul e
em 522 alcançou o cume de sua carreira
ao ser nomeado Mestre Oficial, o cargo mais alto da corte do Estado, que por
sua vez vai causar a sua queda e desgraça. Pois com o surgimento das
dificuldades políticas entre Teodorico (de confissão ariana) e o novo imperador
de Constantinopla Justino (518-527), proporcionou que alguns dos senadores
romanos, de confissão católica, se aliassem com Justino e conspiraram contra
Teodorico.
Teodorico suspeitou de Boecio e
decidiu dar exemplos nessa delicada situação: Boecio foi deposto de seus
cargos, aprisionado e julgado de alta traição. Foi executado em outubro de 524
no lugar chamado Ager Calventianus, cerca de Pávia.
Boecio proporcionou a aliança entre
Roma e Bizâncio. Foi contemporâneo de São Bento e vai, quando na prisão,
escrever a sua obra mais importante: “Sobre a Consolação da Filosofia”.
Contudo, a influencia de Boecio na
Idade Média foi enorme, a ponto de os medievais classificarem como “nosso sumo
filosofo”. É dele que mais tarde São Tomás de Aquino vai fundamentar o binômio
metafísico de “essência” e “ato de ser” dos entes. Depois do ano 500, Boecio
começou a publicar seus escritos científicos como:
a.2) Obras
1º Manuais das Sete Artes Liberais:
eram as bases do sistema acadêmico da antiguidade e na Idade Média.
2º Sobre a Consolação da Filosofia:
composta no ano 523-524. Os temas são tomados todos do ponto de vista
filosófico. Nesta obra não aparece nenhuma menção ao Deus cristão. A resposta
que é dada, sobretudo, a questão apresentada, é a resposta do bem, como
perfeito, isto é, Deus. Quanto ao mal ele não tem consistência em si mesmo. Ele
é o que Agostinho já dizia: “o mal é ausência do bem”.
3º Com o interesse de compendiar a
sabedoria clássica, traduziu para o latim os escritos de Platão e Aristóteles.
4º tratou de temas como: 1) Sobre a
instabilidade das riquezas e do poder; 2) sobre a natureza do bem; 3) sobre a
providencia; 4) o livre arbítrio; 5) sobre a perpetuidade do mundo.
5º
A cristologia: conta que Eutiques e Nestório desenrolam a doutrina da união
hipostática.
6º
Em continuidade a Santo Agostinho produziu sua doutrina Trinitária: “quando
trinitas unus Deus ac non três dii”. E ainda: “Utrum pater et filius et
spiritus sanctus de divinitate substantialiter praedicentur”.
7º
relaciona teologia cristã com a ontologia neoplatônica de Proclo: “De
hebdomadibus”
8º
fez um resumo da doutrina da salvação: “De fide catholica” e “De antonia
duvidosa”.
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