sábado, 27 de fevereiro de 2016

AGOSTINHO E O MANIQUEISMO

CONTROVÉRSIAS DO SEU TEMPO

a) Agostinho e o Maniqueísmo

Agostinho trilhou no maniqueísmo por nove anos, como fora acima citado. O maniqueísmo, doutrina dualista, parecia oferecer tudo o que ele procurava:
1º) O nome de Cristo
2º) A racionalidade e formação em lugar de uma fé baseada simplesmente na autoridade da Igreja.
A autoridade hierárquica da Igreja era um enorme problema para Agostinho, chegando até a afirmar, depois de bispo: “para a Igreja sou bispo, mas com vocês”, o povo, “eu sou cristão”. Ele vai falar que o cristianismo parecia ser destituído de racionalidade, pois era alguém que buscava a racionalidade das coisas.
Toda a sua obra busca a razão intrínseca da verdade cristã. Uma racionalidade do ser cristão que se deve dar no relacionamento com a cultura.
3º) A rejeição do AT, bem como uma resposta plausível à questão que há muito já o atormentava: “Unde malum?”.
A ontologia maniqueísta era baseada numa imagem materialista de Deus e numa imagem dualista do mundo: Bem e Mal, existiam como dois princípios antagônicos e coeternos, o reino da luz e o reino das trevas, cujo campo de batalha estava no interior do homem, por ser ele composto de espírito e matéria.

a.1) As controvérsias contra o Maniqueísmo

1ª) O maniqueísmo tinha uma concepção dualista – princípio de duas forças: o bem e o mal.
2ª) O mal para Agostinho é o não ser. É a ausência do bem. A natureza é boa. Deus em si mesmo é bom.
3ª) Os maniqueístas afirmam que o Deus do AT é o justo e não necessariamente bom.
4ª) Fazem uma distinção entre o Deus do AT e do NT. O Deus do AT é o justo e o do NT é um Deus misericordioso. O maniqueísmo afirma uma ruptura estrutural entre o Deus da Antiga e Nova Aliança. Agostinho viveu com um famoso maniqueu rico de Tagaste, conhecido com o nome de Romaniano.
Contudo, os anos de ensino em Cartago o decepcionaram; seus alunos mal-educados, e do maniqueísmo ele foi mais e mais se alienando, porque seus adeptos não sabiam responder a suas perguntas críticas sobre as incoerências de seu sistema, que ele percebia em medida crescente.
Em meio as suas angustias, consolavam-no dizendo que aguardasse a chegada de seu líder espiritual, o bispo Fausto. Quando este chega a Cartago, aos vinte e nove anos de idade de Agostinho, revelou-se como um lisonjeador sem substância, que também não tinha resposta para as perguntas que fazia. Agostinho se decepciona com o maniqueísmo.
Agostinho, com o seu natural recém-descobrimento do “amor à sabedoria”, associou com a questão de Cristo, voltando-se por isso para a leitura da Bíblia, que, no entanto, por causa das bárbaras histórias do AT e, sobretudo, por seu estilo inculto em comparação com Cícero, o deixou profundamente decepcionado.
As obras foram:
1) Carta aos maniqueus.
2) Texto sobre a natureza do bem (399).
3) Ata contra o bispo maniqueu Fortunato (392).
4) Contra o bispo Félix na Catedral.


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