domingo, 28 de fevereiro de 2016

A MÃE AGRACIADA E CRENTE A MÃE DO VERBO QUE FEZ CARNE

A MÃE AGRACIADA E CRENTE
A MÃE DO VERBO QUE FEZ CARNE

ü  O quarto Evangelho foi escrito nas comunidades do discípulo amado que é um personagem misterioso.
ü  Provavelmente foi testemunha ocular do mistério de Jesus e inicialmente discípulo de João Batista.
ü  O discípulo amado só aparece com este nome na hora de passar deste mundo ao pai (Jo: 13,1), quando Jesus havia amado os seus até o extremo. Foi então quando se constituiu sua identidade. Até então, o “discípulo amado”, de Jesus não era de fato, pois, ainda não tinha entrado de cheio no mistério.
ü  O quarto Evangelho manifesta uma certa preferência por mostrar a certas pessoas como modelo, figuras, tipos ou símbolos de uma peculiar forma de reagir ante Jesus e sua mensagem.
ü  Coloca teologicamente numa mesma perspectiva dois planos distintos:
§  a atividade terrena de Jesus, e;
§  a vida da Igreja. ;
§  ou seja, contempla o Jesus terreno à luz das situações posteriores da Igreja.
ü  No momento da morte de Jesus na cruz, os pagãos são chamados ou “atraídos” ao redil.
ü  Em ambas as partes do Evangelho aparece a “mãe de Jesus”, no início ministério terreno (JO, 2,1ss) e no momento da hora (19,25-27). Mas cabe perguntar-se se também ela está mencionada no prólogo cristológico com o qual o 4ª evangelista inicia sua obra (como MT e LC).

I. MARIA NO PRÓLOGO CRISTOLÓGICO DE JOÃO: “Não nascido da vontade de varão”
ü  Diferentemente de LC e MT, o prólogo de João se apresenta numa perspectiva Teológica e mística. Seu prólogo tem forma de hino e de cântico de louvor que celebra o mistério do verbo encarnado.
ü  Não interessa saber se o prólogo do 4ª Evangelho conhece o nascimento virginal de Jesus ou o pressupõe.
ü  João, fora do prólogo, fala em duas ocasiões de Jesus como filho de José ( 1,45; 6,42). No prólogo se fala de alguém não nascido de sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade de varão (1,12-13).

1. As duas versões de João: 1 12-13.
A) Uma falsificação?
ü  Os grandes manuscritos gregos do quarto Evangelho ( posteriores a 300) referem estes versículos 12-13 aos crentes, não a Jesus.
ü  É estranho que autores da época ( 100 a 200) citem João 1, 13 empregando a leitura no singular. Somente no final do século II encontramos a leitura plural. Isto ocorre em Alexandria (Egito).
ü  Tertuliano dá uma explicação: se trata de uma falsificação de Jo: 1 13; para fundamentar num texto bíblico suas teorias sobre a origem divina e o renascimento dos eleitos, dos espirituais ou perfeitos, os gnósticos valentinianos fizeram esta mudança. Ver nota 7 à pág 127, texto de Santo Agostinho.
B) A lógica do quarto Evangelho e a leitura singular
ü  Argumentos que avalizam a leitura singular em João: 1 12-13:
§  Quando João fala de novo nascimento dos cristãos, emprega o verbo em perfeito não em aoristo que é reservado para Cristo, tal como em João: 1, 13;
§   O fim do que se fala em João: 1, 12 se refere ao ser do filho. Tem, pois, sentido o singular no versículo 13; 
§  Nunca o quarto Evangelho propõe uma qualidade de vida cristã sem antes propor uma qualidade em Cristo. Vai contra sua lógica apresentar a origem divina dos crentes sem propor previamente a origem divina de Jesus: chegamos a ser filhos de Deus à medida em que cremos naquele que foi gerado por Deus, o Filho de Deus;
§   As três negações do versículo 13, têm caráter polêmico; no entanto, a polêmica só tem sentido se do que se fala é de um nascimento corporal, ao que se negam certas modalidades: o que se explica muito bem se se trata da encarnação de Cristo.
CONCLUSÃO DE POTERRIE
ü  Em Jo: 1,12-13 Cristo é apresentado em sua encarnação, como o modelo do novo nascimento dos cristãos.
ü  Os versículos 12-13 com palavras mais simples dizem o seguinte: “ a todos nos é dada a possibilidade de vir a ser filhos de Deus, na medida em que cremos no nome daquele que foi gerado por Deus”.

2- As três negações “o qual não nasceu do sangue, nem da vontade carnal, nem da vontade de varão”
ü  O quarto evangelho nega três modalidades de nascimento de Cristo.
ü  As duas primeiras parecem supor a concepção virginal. A terceira é como uma expressão extrema.
ü  Peter Hofricher em sua tese doutoral diz que a palavra sangue no plural descrevia, em primeiro lugar, o derramamento de sangue em atos violentos como um crime ou uma batalha e, em segundo lugar, uma perda de sangue na menstruação da mulher em parto (alguns textos do AT e depois da tradição judia)
ü  Nas traduções modernas, o vocábulo άιματα  sangue se traduz sempre no singular.
ü  Portanto, o que se quer dizer é que no nascimento de Jesus não houve perda de sangue em sua mãe, nem tampouco impureza ritual.
ü  Em “De La Potterrie” há correspondência entre Jo: 1,12-13 e Lc: 1,34-35.
ü  Segundo esta concordância, o nascimento virginal é o sinal da filiação divina de Jesus.
ü  João chama a Maria, sempre de “a mãe de Jesus”. Contudo, Jesus é sempre para o 4º evangelista, o filho único de Deus, o Templo de sua presença. Filho de Deus feito homem e que tomou sua humanidade de Maria.

3- O Filho de José
ü  O evangelho de João fala duas vezes de Jesus, o “filho de José” (1,45 e 6,42);
ü  Aí, não expressa sua convicção, mas sim o modo de falar da gente, de Felipe.
ü  Quando quer expressar a identidade de Jesus, sua filiação, o faz sempre em referência a Deus Pai.
ü  Na boca de Jesus e na do Evangelista, o pai de Jesus é sempre Deus. São os “outros” que falam de Jesus como filho de José. (Em Jo: 1,45 é Felipe; em Jo: 6,42 são os “judeus”; falar de Jesus como filho de José é “julgá-lo segundo a carne”  J. Willemse.

II – A Mãe de Jesus nas bodas messiânicas de Cana da Galiléia

ü  O contexto anterior:
§  Nas bodas de Caná, a mãe de Jesus ocupa um lugar importante.
§  No evangelho de João há um grande acúmulo de afirmações cristológicas;
§  Com todo este transfundo se chega ao relato de Cana, o que manifesta ao leitor quem é Jesus:
a) o Logos para quem tudo foi feito
b) a vida, a luz dos homens, o Filho unigênito do Pai, não nascido da carne, nem do desejo de um varão, aquele cujas as sandálias João Batista não era digno de desamarrar.
c) Cordeiro de Deus;                                                        
d) Messias;
e) Filho do Homem;
f) o Senhor, o Rei, o anunciado pelos profetas;
g) o Rabi sobre quem posou o Espírito Santo.

ü  Tem-se a impressão de que a fé dos primeiros discípulos necessitava de uma ratificação. O relato de Caná se apresenta como o momento em que essa fé se confirma.

2. Estrutura do relato das Bodas de Caná
ü  Este relato tem recebido várias e diferentes interpretações:
a)      alegórica (Padres e Teólogos da Idade Média);
b)     histórica
c)      reliongeschichtlich (nega a historicidade do relato, e busca sua origem na mitologia pagã);
d)     histórico-crítica (quando e como se formou este relato?);
e)      simbólico-teológica;
f)       estruturalista e lingüística.

ü  O relato está estruturado em cisco partes que forma um quiasmo (usual na literatura hebraica) Cfr: pág: 132.
§  No primeiro momento:  ignorância da mãe de Jesus, posto em relevo por Ele ao perguntar: “Que queres de mim, mulher?
§  No quarto momento: ignorância do mestre-sala “De onde procede o vinho bom?
§  Nos segundo e quarto momentos: aparecem os servidores que recebem a recomendação para obedecer à palavra do Filho. Portanto, sabiam da procedência do vinho.
§  No terceiro momento: central do relato. Jesus e sua palavra oculta ocupam a cena:
a)      Jesus pronuncia três mandatos: enchei!; tirai! Levai!;
b)     Os servidores obedecem a tudo o que Jesus manda. Obedecendo Jesus, obedecem ao que Maria (a Mãe) havia pedido antecipadamente (“Fazei tudo o que Ele vos disser”)
§  A palavra de Jesus e a colaboração obediente dos servos, produz o Sinal, o começo dos sinais.

3. Os primeiro e último momentos: “Se fez uma boda... e viram sua glória”
a)      UM EFEITO SIMBÓLICO
ü  Lendo o texto se adverte que o redator se atém aos detalhes informativos. Nada diz a respeito da esposa; o noivo só aprece no final e indiretamente; não se fala do rito do casamento...;
ü  Tudo isto indica que se trata de um relato simbólico, o simbolismo nasce de sua totalidade;
ü  O quarto evangelho apresenta os sinais de Jesus “para que creiais”;
ü  Em Caná, Jesus realiza um sinal demonstrativo e expressivo de sua pessoa e de sua glória. 
b)     O PRIMEIRO DOS SINAIS
ü  Não é só um sinal, mas o primeiro dos sinais, o proto-sinal, ou o começo dos sinais (arch tù~n shmeßwn);
ü  desde o começo” em João, se refere ao início da revelação de Jesus: “O que temos visto e ouvido”;
ü  Começo” em João:
§  Não se identifica com o testemunho de João Batista;
§  Não se identifica com a pregação inicial de Jesus;
§  Nem tampouco com a vocação dos primeiros discípulos;
§  Identifica-se o primeiro sinal, em Caná.
ü   Este é o começo dos sinais, o arquétipo que prefigura e encerra toda a série dos sinais;
ü  No Evangelho de São João os sinais:
a)      são atos simbólicos através dos quais Jesus se manifesta como Messias e Filho de Deus;
b)      são gestos do Verbo que se faz carne e habita entre vós.
ü  O que aconteceu em Caná é um símbolo, um caminho de acesso a algo que o supera em grandeza. A cena de Caná, constitui a chave do quarto Evangelho.
  MANIFESTA-SE A GLÓRIA
ü  Na realização do primeiro sinal se manifesta:
§  A glória do messianismo e a filiação divina de Jesus;
§  A glória do Filho Unigênito do Pai;
§  A glória do Logos feito carne.
ü   As bodas de Caná são o símbolo da encarnação do Logos, da união da divindade com a humanidade. Cfr: nota 24, pág: 136, texto de Santo Agostinho.

4. Os segundo e quarto momentos: a mulher e a hora
a)      “Não tem vinho”
ü  Na Escritura o vinho é um dos elementos mais importantes do festim messiânico;
ü  Principais textos proféticos que falam do vinho: Amós: 9, 13-14; Joel: 2, 24; 4, 18; Isaías: 25, 6.;
ü  No Evangelho de Mateus, Jesus fala expressamente do vinho da Nova Aliança;
ü  No judaísmo posterior, este simbolismo geral do vinho se especifica e se precisa cada vez mais;
ü  Nos Targumins e escritos rabínicos, o vinho é um dos símbolos preferidos da Torah;
ü  Na fé cristã, o vinho é chamado a ser o grande sinal eucarístico do sangue de Jesus, da carne sacrificada do Senhor;
ü  O “não tem vinho” evoca, portanto, uma situação pré-eucarística.   
b)     O que queres de mim, mulher?
ü  A mãe de Jesus não é apresentada com seu nome próprio;
ü  Ela é a mãe da Palavra eterna. Por isso, tem sentido sua presença nas Bodas pois simboliza a encarnação da Palavra;
ü  Quanto à frase: “Que queres de mim, mulher?” é uma expressão muito conhecida no mundo semítico e greco-romano. Na maioria dos casos esta frase expressa inimizade. Portanto, só pode ser entendida da seguinte forma:
§  Ou como distanciamento de Jesus com respeito à sua Mãe;
§  Ou como falta de compreensão, de diálogo, como mal entendido.
§  Provavelmente, a segunda opção é o sentido da pergunta.
ü  À pergunta: por que razão uma falta de vinho é motivo de distanciamento entre Jesus e Maria? A frase seguinte de Jesus pode nos explicar o sentido: “todavia, não é chegada a minha hora”.
c)      “Todavia não é chegada a minha hora”
ü  No quarto Evangelho se fala da “hora” em vários sentidos: cronológica (João: 2, 4; 3, 24; 6, 17; 7, 6.8...), teológica e cristológica (João: 7, 30; 8, 20; 12, 27; 16, 14). Embora prevaleça a teológica.
ü  Na Tradição Bíblica a “hora” é a dos últimos tempos (Cfr: Dan: 11, 40.45 – LXX), é o momento da consumação final (Dan: 12, 4).
ü  Hora” no quarto Evangelho significa irrupção contínua de acontecimento escatológico da revelação (Jo: 7, 30; 8, 20; 12, 23.27; 13, 1; 17, 1).
ü  Em Caná, a referência à hora provavelmente está relacionada com a horta do acontecimento narrado em João: 19, 27. Se trata, pois, da hora da Paixão, pois é a este momento que sempre o termo hora está relacionado em João. Muitos autores, entretanto, defendem que se trata da “hora” dos milagres, como por exemplo: H. Smith, Soutarm Genyt, Lohfink.
ü  Resulta que naquela “hora”, a mãe de Jesus não exercerá mais sua função materna a respeito d’Ele.
ü  Jesus antecipa a hora, distanciando-se de sua mãe, chamando-a de “mulher” como fará na cruz.
ü  A frase “Que queres de mim, mulher?” remete à cruz! Visto neste prisma, a cena de Cana se refere ao Calvário.  
d)     “Mulher”
ü  Quando chega a sua hora Jesus não mantém com sua mãe a relação familiar.
ü  O exegeta Mercedes Navarro, destaca vários significados da palavra “mulher” com a qual Jesus se dirige à sua mãe:
§  Relacionada com a função da mulher do Gênesis: 2, 3.
v  Aqui a mulher é a primeira diferenciada a partir de ’ada genérico (Gen: 2, 22-34); é a primeira que põe palavra aos desejos humanos; é a primeira em ascender ao conhecimento do bem e do mal. (Em João: é a que põe palavra a uma carência; inicia os servidores no conhecimento e, por isso, eles sabem de onde vem o vinho; com sua palavra, os remete a Jesus).
§  A exclamação: “Mulher!” antecipa o diálogo de Jesus com a Samaritana (Jo: 4, 21)
v  A cena junto ao poço, humana e teologicamente falando, como em Caná, é fundamental. Evoca o sentidos das Bodas, sem que por isso, necessitássemos assinalar Jesus como noivo ou Maria como noiva. A mulher de Caná inicia e a mulher de Samaria estende.  
§  Mulher! Antecipa João: 19, 27.
v  A mulher que se dirige a Jesus realizou o que havia iniciado em Caná e da forma que a mulher de Samaria havia ampliado no sentido de universalidade
§  Antecipa também João: 20, 15.
v  O sepulcro tem uma pedra à entrada. Também em Caná se fala de pedras.
v  Em Caná a mulher pede que façam o que Jesus disser;
v  A Samaritana se encaminha ao povo e lhe anuncia o que Jesus lhe havia dito;
v  Maria Madalena anuncia aos irmãos. 
ü     Maria está relacionada em plano simbólico com outras duas mulheres bem distintas através do termo “mulher”. É significativo que não tenha nome nem a mãe de Jesus, nem a Samaritana.
e)      As palavras da mãe aos servos
ü  Nos evangelhos, “Fazei tudo o que Ele vos disser” são as últimas palavras de Maria.
ü  As palavras da mãe de Jesus reproduzem uma fórmula técnica que aprece várias vezes no Antigo Testamento e sempre em relação com a Aliança.
ü  São as palavras de aceitação da Aliança.
ü  O exegeta A. Serra observa que as palavras de Maria aos servos de Caná podem ser postas em paralelo com a formulação da Aliança: “Nós temos tudo quanto tem dito Iahweh”. Maria utiliza a fórmula da Aliança. Personifica, em certo sentido, o povo de Deus num contexto de Aliança: “João põe nos lábios de Maria a profissão de fé que toda a comunidade do povo eleito pronunciou um dia diante do Sinai
ü  A tarefa de Maria consistiu em ser mediadora entre Jesus e os servidores.
ü  O quarto evangelho  não fala de serventes (δουλоις), mas de servos (διακονοις).
ü  Os servos que obedecem a Jesus representam o novo povo de Deus, aos discípulos de Jesus que seguem fielmente ao seu Mestre, lhe servem e se mantêm a seu lado.
f)       O mestre-sala e o noivo
ü  O mestre-sala reconhece o acontecimento, mas ignora ação de Jesus.
ü  O esposo não atua como a maioria dos homens.
ü  A imagem bíblica do esposo evoca a Deus no Antigo Testamento, esposo de seu povo, mas é comparado com um homem pelo mestre-sala.
ü  Mais tarde, João Batista define Jesus como o esposo e a si mesmo como “o amigo do esposo” (Cfr: Jo: 3, 29).
ü  A pergunta do mestre-sala sobre a origem da água convertida em vinho é a pergunta que sempre faz o quarto evangelho sobre a origem de Jesus, a Palavra encarnada.

5. O terceiro mundo: a água e o vinho
ü  Água – símbolo universal de vida (aparece nos mitos da criação).
ü  Para Walter Lutgehetmann água e vinho são símbolos do Logos e da carne.
ü  Vinho – símbolo da carne, da humanidade, do sangue.
ü  A transformação de Caná representa o mistério insondável da Encarnação.
ü  Segundo o exegeta Aristide Serra:
§  O vinho de Caná é figura da nova Lei cujo revelador é Jesus;
§  Esta Lei se manifesta em plenitude no terceiro dia, quando chega sua hora;
§  Cruz: cume da revelação. 

III – A mãe de Jesus no terreno do amor esponsal em Jerusalém

ü  A cena muda de cenário no quarto evangelho: de Caná da Galiléia, onde se celebraram as Bodas Messiânicas à Jerusalém, ao lugar chamado Gólgota ou Calvário, onde Jesus é crucificado e junto à cruz, está sua Mãe.

1.      As sete cenas como contexto
ü  Ver quiasmo da página 144.
a)      O lugar da crucifixão e da sepultura
ü  É significativo que o Evangelho segundo João inicie a paixão de Jesus no horto do Getsêmani (18, 1) e a conclua no horto do Gólgota onde Jesus foi crucificado e sepultado (19, 41) e onde apareceu a Maria Madalena (20, 15).
b)     Desnudado e despojado, enrolado e embalsamado
ü  No horto das Oliveiras, Jesus é despojado de tudo pelos soldados (Cfr: Jo: 19, 23-24).
c)      Os dois testemunho do discípulo amado
ü  O discípulo amado aparece nas duas cenas  correlatas (C e C’);
ü  Na terceira cena, se encontra com a mãe de Jesus, a irmã de sua mãe, a mulher de Cléofas e Maria Madalena (personagens femininos);
ü  Na quinta, surge como testemunha do que pedem os judeus a Pilatos, do que fazem os soldados com os dois crucificados e o que faz um soldado com Jesus (= a lança!);
ü  Ainda na quinta cena, Jesus é apresentado como o Cordeiro de Deus, o novo Cordeiro Pascal (conexão simbólica com Caná).
d)     A sede de Jesus e a entrega do Espírito
ü  Jesus ocupa todo o espaço desta cena;
ü  Já não é mais sua mãe quem o torna consciente da falta de vinho, mas Ele mesmo tem sede;
ü  Muitos pontos de contato entre  Caná e Calvário:
§  Em Caná se vislumbra a glória; no Calvário, se oculta;
§  Em Caná primeiro é servido o vinho menos bom; no Calvário, o último vinho é mal;
§  Jesus começa seu ministério oferecendo a todos o vinho bom. Conclui seu ministério tomando, Ele mesmo, o vinho mal;
§  Em Caná a mãe se dirige ao Filho; no Calvário, o Filho se dirige à mãe;
§  Em Caná a mãe diz: “Não tem vinho”; no Calvário, o Filho fala: “Tenho sede”. 

ü  A cena central e última é aquela em que Jesus, depois de haver cumprido a missão e ter entregado tudo, clama sua sede de Deus, sua sede de amor. Este é o momento de sua máxima solidão. Jesus entrega o espírito à esposa e morre por ela.

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