domingo, 28 de fevereiro de 2016

A Mãe de Jesus, mãe do discípulo amado

1.      A Mãe de Jesus, mãe do discípulo amado
a)      Junto à cruz estavam...
ü  Lucas: depois da morte de Jesus, estavam à distância sua mãe e parentes (23, 49);
ü  João: antes de morrer Jesus, estavam junto à cruz, sua mãe... (19, 23)
ü  Segundo Alfonso Simóm Muniz o verbo  ̉ίστημι não apenas tem o valor habitual de “estar em pé”, mas de “vir”, “apresentar” sobretudo quando se atende ao transfundo semítico de seu uso por parte de João e Lucas;
ü  O objetivo do quarto evangelho não é descrever a posição de Maria na cruz, mas de relatar o que os sinóticos não dizem: que Maria se aproximou até a cruz, em contraste com os que se aproximaram ainda que tenham ficado distante.
b)     Uma revelação: o novo filho da mãe de Jesus
ü  As palavras de Jesus dirigidas a Maria e a João formam parte de um esquema de revelação: Jesus vendo sua mãe  e o discípulo amado, declara, revela a cada um deles quem são um para o outro.
ü  Jesus revela uma realidade existente, no entanto, oculta: a “mulher” é  mãe do discípulo e que o discípulo é seu filho e, por conseguinte, é irmão de Jesus.
ü  Contudo, não se trata de palavras sacramentais” que institui uma realidade não existente antes, mas se trata de palavras de revelação que manifestam o que estava oculto.
ü  Mãe-filho espirituais no contexto de discipulado de Jesus.
ü  De acordo com Mercedes Navarro ser filho (Cfr: João: 1, 12-13)  no quarto evangelho equivale a assemelhar-se a Jesus, Filho de Deus.
ü  Jesus às portas da morte revela algo muito importante à mãe: sua maternidade biológica é abolida.
c)      Significado transcendente, simbólico
ü  N a  proclamação feita por Jesus de Maria ser mãe do discípulo amado a Tradição Eclesial a maternidade espiritual de Maria sobre toda a Igreja.
ü  Para muitos exegetas, o discípulo amado é meramente simbólico que representa a comunidade joanita.
ü  No quarto evangelho, o discípulo amado é confrontado com personagens históricos, reais não simbólicos (Pedro – João: 21, 20-23; A mãe de Jesus – João: 19, 25-27).
ü  Este discípulo amado:
§  Senta-se em lugar de honra na última Ceia (João: 13, 23-26);
§  É testemunha ocular da morte do Senhor (João: 19, 26-27);
§  É testemunha do túmulo vazio; o primeiro que creu na Ressurreição entre os discípulos (João: 20, 3-10);
§  Parece viver em Jerusalém onde tinha boas relações com o sumo sacerdote (João: 18, 15);
§  No mesmo evangelho é excluída a hipótese do discípulo amado se identificar com João, filho de Zebedeu (João: 21, 2.7)
ü  O caráter simbólico do discípulo amado é reconhecido pela maioria dos exegetas:
§  R. Bultmann: “A mãe de Jesus que persevera na cruz, representa o judeu-cristianismo que supera o choque da cruz. O pagão-cristianismo, representado pelo discípulo amado fica orientado a aceitar àquEle como sua mãe, pois dela nasceu, e venera-lo
§  R. Schnackenburg: partindo do aspecto simbólico desta figura, entende que é um personagem histórico, como outros personagens típicos do quarto Evangelho.   
ü  A maternidade de Maria  não se trata de algo inventado pelos discípulos mas, de uma maternidade que lhe foi oferecida, como estava previamente estabelecida por Jesus, que a Palavra de Deus.
ü  O discípulo que deve permanecer até que venha Jesus em sua Parusia (João: 21, 22-23), deve acolher a Maria como sua mãe.

ü  Não se pode ser discípulo amado de Jesus se não acolher Maria como Mãe! 

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