A Igreja latina americana depois da independência século XIX
1. A formação
dos Estados latino-americanos:
Os
principais problemas dos novos Estados depois da independência foram:
a)
A pacificação e construção dos aparatos estatais que
asseguravam o governo das republicas: surgem então, duas tendências: adaptar as
leis as novas realidades o mudar absolutamente tudo, segundo o modelo único que
se conhecia na América, a dos Estados Unidos. Desde o começo existem duas
formulas: a centralista mais adaptada a mentalidade boliviana e a federalista
no Brasil, Argentina, México, e por uns anos no centro da América.
b)
A elaboração de um projeto nacional que aglutina as
vontades de umas republica empobrecida com um policlassismo excessivamente
polarizado entre uma classe poderosa econômica e politicamente, e outra pobre e
tradicionalmente dependente sem uma classe media verdadeiramente significativa.
c)
A indefinição dos limites entre as diversas republica
muitas vezes foi causa desde o principio de intermináveis discussões e no
futuro desencadeando guerras e conflitos.
d)
O latifundiário, o militarismo, a corrupção
administrativa são fenômenos que tem incidência desde o começo e se manifesta
de diversas maneiras nas distintas republicas e em distintas épocas.
e)
O liberalismo com o seu conteúdo lógico de capitalismo
e de concentração de riquezas em mãos de poucos influem de maneira determinista
na formação das novas republicas sobre tudo no econômico e político.
1.1. A Igreja
depois da independência:
Ela perde o
seu principal guia que é a Metrópoles a qual esteve totalmente ligada pelo
regime padroado. Uma Igreja que praticamente havia recebido tudo da Espanha e
de Portugal. Agora está empobrecida e seus recursos são objetos dos governos
também empobrecidos, apesar desta abertura a mudança direta a comunicação com a
Santa Sé o sistema de relação não claro e tão rápido como exigiam as
circunstancias. Roma não está acostumada a tratar com a América. O papa intervia
na via das concordatas com êxito relativo por causa da inconstância política
americana, golpes de Estado.
A tremenda
falta de sacerdotes em paises que recebiam grandes parte de seus efetivos das
Metrópoles, em muitas republicas se põem aos religiosos sobre tudo estrangeiro.
1.2. A difícil situação econômica da Igreja latina americana
independente:
As guerras de
independência destruíram boa parte dos recursos produtivos das novas
republicas. Não estava disponível o pessoal humano qualificado para uma empresa
de envergadura, inclusive os governos estavam mal dedicados à estabilidade
política que uma empresa econômica de beneficio social. A perspectiva econômica
foi de produção exceto para o mercado interno, como a exportação de matérias
primas sobre tudo por dificuldades no transportes aos portos.
Os sistemas
fiscais eram inexistentes, os sistemas de arrecadação de impostos e o
crescimento do comercio exterior, muitas republicas tiveram que ajudar a dá
empréstimos estrangeiros sobre tudo para criar a infra-estrutura necessária
para o comercio com melhoria de novos portos e vias de comunicação ferroviária.
Pouco a pouco, o nível exportador foi crescendo: México teve uma boa balança
comercial com suas infra-estrutura colonial para abastecer de matérias primas
aos centros produtores dos Estados Unidos e toda a Europa. Venezuela foi
crescendo a exportação de produtos agrícolas, o comercio de Prata: México, Peru
e Bolívia marcaram uma linha de dependência já que o setor saiu muito golpeado
pelas guerras de independência.
1.3. A instabilidade política foi uma das causas do regresso do
desenvolvimento econômico em grande parte da Latino-americana:
Foi no século
XIX que a situação melhora e em grande parte o fenômeno é motivado pela
expansão da economia européia e a crise de 1873 que aumentou a demanda de
produtos latino-americanos, tanto na Europa como nos Estados Unidos. A abertura
do Oeste dos Estados Unidos e a febre do ouro contribuíram para o
desenvolvimento à costa do Pacifico: Chile, Peru, Equador e sues portos
chegaram a duplicar seu comercio. As melhorias dos paises deram um passo
significativo para criar ou melhorar seus sistemas fiscais.
Os bancos
britânicos se estabelecem em vários setores Latino-americanos, as redes de
ferrovias unida ao fato de exportação crescem as exportações e entram em um
jogo novos produtos de demanda internacional: o cobre no Chile, chefa depois a
oportunidade para os cereais sobre tudo o trigo. O desenvolvimento urbano foi
maior nas cidades vinculadas ao comercio, então, México segue sendo a cidade
maior de todo o latino-americano.
1.4. O marco institucional latino-americana depois da independência:
Primeiro os
próprios libertadores e depois os representantes de grupos dirigentes mais ou
menos oligárquicos, ocupam os portos vacantes, desde esse momento terminada a
euforia emancipadora começou a lutar por criar o marco institucional das novas
republicas. Entre liberais e conservadores com uma diferencia de ideológicas
mais com interesse hegemônicos muito fortes e com posição opostas sobre tudo em
matéria religiosa e educativa. A estas duas tendências se uni em diversos
paises e tempos; o autoritarismo de tipo militarista que usa o poder da força e
da ditadura.
Entre
centralistas e federalistas com diferenças fundamentais em torno à organização
administrativa dos pais e ao modelo político. A realidade do sistema
republicano latino-americana foi uma debilidade do poder central que nos pais
de estrutura basicamente rural tinha que estar em continua aliança com os
poderes locais.
1.5. O debate constitucional:
Tinha que ver
com a forma de governo das novas republicas e com o angustioso tema de
governabilidade dos novos Estados. Os diversos constitucionalistas tiveram
basicamente quatro fontes de influencia:
1ª A tradição britânica.
2ª. A experiência constitucionalista e federal norte-americana.
3ª. As idéias igualitárias da revolução francesa 1789 e as posteriores
revoluções européias de 1830 e 1848.
4ª. A constituição liberal de Cadiz de 1812.
Estes
trouxeram como conseqüências uma instabilidade constitucional que em vários
paises latino-americano chegou a ser caótica.
1.6. Situação da Igreja nas constituições da latino-americana:
A
instabilidade constitucional e a política republicana são os marcos de
referencia para entender a difícil situação da Igreja na época de sua estrutura
segundo o modelo americano, e ajuda a compreender atitudes atuais de quem tem a
missão de governar uma Igreja tão acostumada a depender do poder estatal em
concreto os bispos, os sacerdotes, e a seu lado os religiosos.
2. A Igreja e os novos Estados:
O problema das
relações com a Santa Sé, para a Santa Sé era claro que o padroado era um
privilegio, os assuntos americanos se resolviam através do padroado e dos
governos republicanos não aceitavam que os negócios de suas Igrejas se
manejaram segundo o regime da congregação de propaganda fidei sobre tudo o da
provação de bispos. Ante o perigo de um cisma a Santa Sé adotou a política de
negociação individual com os novos Estados um modus vivendi, ou uma concordata
que deseja salvar os direitos da Igreja a regular seus próprios assuntos.
A Santa Sé
declarava antes qualquer tipo d convenio, era que o padroado havia sido um
privilegio voluntário da parte da Igreja e taxativo para o rei da Espanha e de
Portugal com obrigações muito concretas da parte destes. Só em alguns casos no
centro da América e Peru, Pio IX concedeu uma espécie de padroado em nomeação
dos bispos. Geralmente a política da Santa Sé se orientou a permitir que os
Estados dessem seus juízos sobre os candidatos que representava o papa com o
fim e prevenir qualquer oposição de índole política.
2.1. O episcopado durante o século XIX:
Ao regularizar
o sistema de nomeação de bispos sem o conduto do padroado, foi melhorando pouco
a pouco a situação das dioceses latinas americanas. O problema seguia sobre a
extensão do território. A falta de seminários e em alguns casos a
impossibilidade de criá-los, não só por escassez de professores mais sim pela
política de alguns governos. A política no México foi bastante fluente, os
seminários eram confiscados em virtude da legislação de 1857, passo muito
importante para a formação do clero e em especial de professores para os
seminários; Pio IX criou em Roma o Pontifício colégio Pio latino Americano em
1858.
2.2. Os bens da Igreja:
A Santa Sé e
as próprias Igrejas latinas americana tiveram que implantar toda a sua
capacidade de negociar e de resistência para mudar o reconhecimento do direito
da Igreja para adquirir e possuir bens temporais.
2.3. A educação:
Por muitas
razões históricas a educação colonial girou ao redor de instituições
eclesiásticas em toda latina americana. Os novos livres pensadores acharam o
atraso do povo precisamente ao influxo eclesiástico; havia argumentos positivos
de grande valor: liberdade de pensamento, liberdade de expressão nem sempre
tolerada pelos governos antieclesiasticos, igualdade de todos os seres humana
frente à lei nem sempre respeitada com o adversário ideológico ou político; e
por fim liberdade de religião.
Existia também
o desejo de modernizar o processo educativo, segundo o movimento cientifico
europeu. Educação para todos, educação positiva e não tradicional escolástica,
educação neutra em questões religiosas. Os golpes mais duros deram os governos
republicanos no mundo da Universidade, geralmente se pode dizer que o século
XIX não foi nada favorável a Universidade latina americana. A educação popular
nas novas republica foi quase um bom propósito: educação para todos. A educação
na América foi analfabeta no século XIX onde 4% tinham acesso a escola publica,
a única que existia ordinariamente.
3. As instituições eclesiásticas e as ideologias do século XIX:
A Igreja
latino americana como instituição de seres humanos teve dificuldades seriais
para enfrentar o período pós colonial e republicano ele por motivos intrínsecos
e extrínsecos.
3.1. Motivos intrínsecos:
As diversas
instituições eclesiásticas, o clero secular e regular e as agrupações
religiosas de diversas índoles eram débeis forças do regime do padroado e sim o
apoio do pessoal das Metrópoles. Religiosidade tradicional latino americano que
a preparação humana religiosa e intelectual. Clero escasso mal formado recebia
o pague das novas idéias sem poder oferecer uma alternativa ou uma distinta da
censura ou da condenação eclesiástica.
Há
participação no movimento revolucionário ou em instituições como a maçonaria. A
vinculação do povo e dos sacerdotes com os bispos era muito escassa e às vezes
impossível, por causa das distancias de deixar as paróquias abandonadas por
meses e pela vacância de sedes episcopais pela morte do bispo ou pela expulsão
muito freqüente na América latina.
Os religiosos
com dificuldades reconstruíram suas comunidades e quando podiam exercia seu
ministério. Muitas vezes os religiosos sobre tudo os jesuítas eram expulsos dos
paises deixando o seu trabalho apostólico, o caso foi grave no centro da
América: Colômbia e Equador onde os religiosos dependiam da vontade dos
governos.
3.2. Motivos extrínsecos:
O liberalismo
radical: os latinos americanos não assumiram uma atitude oposta conservadora ou
liberal com base em muitos dos princípios básicos do liberalismo. A reação
contra o regime colonial a afirmação dos direitos do individuo, o Estado e os
governantes em um sistema democrático, a divisão dos três poderes e por suposto
o regime republicano cuja melhoria realizou nos Estados Unidos.
O ponto de
divisão esteve nos métodos: os conservadores queriam a mudança proposta pelo
regime de liberdade e de direito individuais conservando os privilégios da
antiga ordem como condição de salvar a ordem e da estabilidade econômica,
social e política. O que necessitava a América era um regime estável
autoritário e dos valores tradicionais, a religião católica, os privilégios de
classe e uma atitude paternalista com respeito ao povo. Como formula de
governo, os conservadores se inclinaram ao centralismo ou como ideal de governo
com autoridade real, ou como passo necessário fazia o governo federal, os
liberais preferiram o passo ao federalismo como único meio de propiciar o
desenvolvimento dos pais.
O liberalismo
latino americano não teve trajetória e conteúdo comum em todas as republicas,
se mesclo com diversas formas de nacionalismo, positivismo e anticlericalismo
levando os golpes de Estados e as mudanças radicais no regime constitucional. A
maçonaria na América influiu de maneira sempre anticlericalismo; lojas passaram
ir muitos clérigos e pessoas ilustres fieis da Igreja. No Brasil o caso foi
evidente quando o papa Pio IX condenou a maçonaria. A maçonaria se converteu em
um circulo das novas idéias amparados pelos tradicionais segredos maçom e pelo
seu deismo. No Brasil a condenação de Pio IX produziu reação do imperador Pedro
II apoiado pela grande maioria do clero, o imperador negou a publicação da Bula
papal amparado no padroado.
4. Primeiro Concilio plenário da América latina: 1899
No século XIX
se encerra para a Igreja da América latina com uma manifestação de sua vida
religiosa institucional, é o começo da unidade episcopal no continente e da
abertura a Igreja Universal. O momento privilegiado em que se reúnem as
experiências de umas Igrejas particulares que tantas dificuldades haviam tido
depois da independência. Leão XIII convocou em 1898 um Concilio plenário em
Roma os bispos de uma Igreja América latina, com quatros séculos de existência
e com problemas comuns que havia que revolver para previnir a descristianização
do continente.
4.1. O ambiente da convocação:
O 4ª.
Centenário do descobrimento da América foi a ocasião escolhida pelo papa. O
ambiente de integração produzido pela criação das conferencias Americanas, o
pontificado de Leão XIII personalidade vigorosa que produziu o maior contato
possível com as realidades do mundo e da Igreja. A problemática latina
Americana vista pela Santa Sé:
* O laicismo do Estado.
* As novas ideologias: Socialismo, comunismo.
* O protestantismo e seu influxo crescente.
* A maçonaria.
* O liberalismo.
A união da
América latina com a Santa Sé e com o papa devia ser a confirmação da eclesialidade
que favorecia uma Igreja tradicionalmente separada administrativamente e não
influenciada por Roma, centro unitário e hierárquico da Igreja Universal.
Os objetivos
do Concilio foram antes de tudo pastoral, a defesa e propagação da fé católica,
o aumento da religião e da piedade, a salvação das almas, a disciplina do clero
e a dignidade, defesa e ampliação da ordem episcopal. As fontes documentais dos
998 artigos são: Concilio de Trento, Concilio Vaticano I, Magistério de Pio IX
e Leão XIII, declarações dos sínodos latinos Americanos, catecismo e outros
documentos canônicos.
O Concilio
plenário foi um ponto privilegiado de encontros da Igreja da América latina com
a Santa Sé, com o papa e com os bispos entre si, o Concilio plenário criou uma
nova consciência continental de vastas perspectivas de ser parte essencial da
Igreja Universal, de ter um influxo popular capaz de superar as maiores crises
políticas e sobre tudo de possuir uma força interna que permitira analisar seus
próprios problemas e buscar as soluções.
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