A
Igreja e a educação na América Latina
Introdução
Para melhor compreendermos o
fenômeno educativo na América Latina, vale a pena ver a evolução da educação e
o surgimento das novas universidades, assim como conhecer um pouco das
adaptações às necessidades da parte do mundo.
1. A educação até o século XII
1.1
– Educação básica
Tanto Grécia e
Roma a educação básica que recebiam as crianças, e menos as meninas, era ler
escrever e contar. Receber uma educação básica era um privilégio e eram
escassos os que sabiam ler e escrever bem.
As crianças e
adolescentes em alguns lugares recebiam por parte dos clérigos e das mães uma
instrução religiosa e mora, seria uma catequese com uma repetição memorística
de várias fórmulas. Também orações e mandamentos etc.
Esta formação
era para que as crianças e adolescentes adquirissem uma destreza de sua própria
condição. Isto dado que havia uma enorme distinção do sexo masculino e feminino
enquanto educação e ações sociais.
1.2 – As 7 artes liberais
O
ingresso nas artes liberais, que eram exercícios intelectuais próprio de homens
livres em uma idade de 12 a
14 anos, se dividiam em dois blocos: As três artes da linguagem e as quatro
artes da realidade.
a) As três
artes da linguagem (Trivium)
1-
A gramática, para aprender a conhecer e a usar corretamente o idioma;
2
– A retórica, para adquirir destreza na composição e na expressão oral e
escrita;
3-
A dialética, para adquirir as bases do pensamento lógico, do diálogo e das
ciências da época.
b) As
quatro artes da realidade (Quatrivium)
1-
Aritmética, manejo dos números, das operações matemáticas e dos cálculos;
2-
Geometria, encontro com o mundo físico e com os princípios sobre tudo enunciado
pelo próprio Pitágoras;
3
– Astronomia, estudo dos astros baseado nos conhecimentos científicos e em
contra das caprichosas especulações dos astrólogos.
4
– Música, arte que coroa o ciclo das quatro artes reais.
c) As
Ciências
1-
Filosofia, o grande salto da filosofia no século XI foi o paulatino
redescobrimento de Aristóteles e de sua metodologia que incluiria na
escolástica a partir dos séculos XI e XII.
2
– Teologia, até o século XI reduz a sua função positiva: Escritura e Santos
Padres. O método escolástico vai se converter no veiculo expressivo de uma
ciência teológica na qual irá sobressair grandes pensadores de ordens
religiosas.
3
– Direito, também a partir da Reforma Gregoriana, o direito sofreu uma grande
transformação ao distinguir-se claramente o civil do canônico e voltar o estudo
de direito romano.
4 – Medicina,
ordinariamente o cuidado da saúde e o estudo dos fenômenos conjunto a ela. Ao
passar do tempo foi-se surgindo um movimento cada vez mais cientifico e
experimental ao redor de escolas.
d) As
instituições educativas básica
O Mestre – é um fato universal que na
educação, na instituição básica é o mestre que reúne discípulos para comunicar
suas experiências e sua ciência.
A Escola – é um passo graças à
institucionalização educativa medieval. Dão-se escolas nas abadias, nos
palácios e sobre tudo nas catedrais. Os ensinamentos são gratuitos e
patrocinados pelos monastérios, príncipes ou bispos.
As Academias - não eram escolas, mas
reuniões de eruditos ao serviço do papa ou de algum príncipe laico ou
eclesiástico que os patrocinavam e se serviam de seu trabalho para o governo. A
principal de todas as academias medievais foi a Carolíngia.
e) Sistema
sócio-econômico da época
Até o século
XI o sistema imperante é o feudal. Dentro desta estrutura econômica de
desenvolve uma sociedade organizada piramidalmente.
No século XI e
XII com a abertura do Mar Mediterrâneo por obra de pactos comerciais entre
cristãos e mulçumanos, favoreceu o comércio e o intercambio em todos os
sentidos entre oriente e ocidente.
2. As Universidades
O surgimento das universidades está
intimamente ligado as cidades, a superação do feudalismo pela burguesia, a
reforma Gregoriana que deu a cristandade medieval um novo vigor intelectual e
motivos para pensar e ao gremialismo que converteu os ofícios em serviços
qualificados para os quais eram necessários preparar-se e de onde derivava o
meio de subsistência.
2.1 – Característica das Universidades
Estavam constituídas
fundamentalmente por grêmios de professores e estudantes.
Desde o
início sempre teve estes princípios fundamentais:
- Corporativa
- Universal
- Científica
- Interdisciplinar
- Autônoma
2.2 – As Faculdades da Universidade
Significam as divisões das
ciências as diversas dedicações a ela de acordo com as possibilidades e aptidão
das pessoas.
Se diferenciam dos colégios onde
estes eram melhor lugar de vivencia e estudo.
§ De
artes
§ De
teologia
§ De
direito
§ De
medicina
§
2.3 – Os ofícios
Não se
praticavam nas universidades estas são o que chamamos hoje de Arquitetura,
Engenharia, Artes Plásticas etc.
2.4 – Outros Saberes
As chamadas ciências naturais e
biológicas, desenvolveram a partir do renascimento
2.5 – As Primeiras Universidades
- Paris – XI – XII – Artes e Teologia
- Bolonha – XI – XII – Direito
- Salermo – X – XI – Medicina
- Montpellier (Espanha) – XII – Medicina
- Oxford – XII – Artes e Teologia
2.6 – Estruturas universitárias
Os estudantes
e professores se dividiam em nações e colégios que eram unidades que faziam
possível a vida universitária.
Administrativamente,
a universidade centralizava o trabalho das distintas faculdades que eram
relativamente independentes.
Dentro das
autoridades universitárias temos o chanceler, o reitor magnífico, o reitor da
faculdade, o secretário da universidade. E cada universidade estabelecia a
própria hierarquia.
2.7 – A vida acadêmica
As
atividades das universidades se dividiam em aulas, debates, exames e atos
públicos.
- Admissão – era a aceitação de um estudante por
parte de um professor da universidade. O professor era responsável da
inscrição na faculdade e do currículo do aluno.
- Classes de estudantes – como faziam para pagar os
estudos:
- Becário – tinha os estudos pagos por quem fosse
dar a beca;
- Pensionista – recebiam o necessário para o
sustento, tendo que pagar a matricula;
- Mediobecario – recebia a metade da beca;
- Externos – se mantinham através da caridade
pública.
2.8 – Distribuição típica do tempo
Não
era um horário igual em todas as universidades, mas é algo parecido com o
horário de nossos seminários eclesiásticos.
2.9 – Graus acadêmicos
Temos
os seguintes graus:
- Bacharelado – grau mínimo para o que superasse o
ciclo básico
- Licenciatura – adquirido por aqueles que eram
considerados idôneos para ensinar sua ciência.
- Mestrado –
conferido aquele que havia superado uma etapa profissional
- Doutorado - título reconhecido por parte do grêmio
de professores do qual o mestre pertencia. O novo doutor tinha que
oferecer um banquete ritual ao claustro.
2.10 – A Universidade Confessional
Com
a reforma protestante o panorama das universidades mudou, assim iniciaram as
universidades protestantes e confessionais.
Os
paises com forte influxo de universidades confessionais foram: uma parte da
Alemanha, Holanda, Escandinava, Inglaterra no protestantismo.
Itália,
França, Espanha, Portugal, a outra parte da Alemanha, Irlanda e a América
latina.
A
Santa Sé ao longo foi acolhendo em seu sistema de Universidades pontificais uma
serie de instituições romanas dedicada, sobretudo, de uma elite de sacerdotes e
leigos com o destino a Igreja universal.
3. Os estudos na América Latina
A
aparição da educação na América Latina iniciou no panorama de uma plena euforia
na Espanha e Portugal: pela definitiva vitória contra os mulçumanos em granada,
pelos descobrimentos de terras peninsulares e pelo novo caminho para o
comércio.
A
educação na América Latina este desde o início intimamente ligado ao processo
de civilização e evangelização dos povos indígenas, tanto através das missões
como posteriormente as doutrinas e as diversas dificuldades na geografia americana.
3.1 – Formação das elites indígenas
Dentro
desta organização a formação dos indígenas ficaria sob a tutela dos
colonizadores, europeus que aconselhavam uma educação humana e cristã, mas a
idéia fracassou porque os indígenas eram colocados ante situações de absoluta
desconfiança e incompreensão por parte de seus mestres. Isto se dava devido a
língua que ele usavam para falar com os índios que era a língua européia.
3.2 – Escolas elementares
Na
missão a doutrina era para ambos, meninos e meninas, ler escrever, catecismo,
musica e algum oficio particular ou pintar, bordar etc. Nos povoados e reduções
a educação dos indígenas, pouco a pouco também os mestiços e crioulos obteve
frutos.
3.3 – Centros de formação profissional
Com
base no processo social e de organização na América Latina o trabalho artesanal
teve apoio tanto da Igreja como do governo secular, que teve uma grande
participação da criatividade dos indígenas.
3.4 – Colégios para filhos de caciques
A
intenção destes colégios era para formar as elites indígenas que visava dotar
os povos indígenas de bons governantes, com a possibilidade de criar um clero
indígena civilizado e culto. Só que a idéia fracassou dado a forte oposição
colonialista.
3.5 – Colégios abertos a todos
Com
o aumento dos mestiços foi necessário fazer da educação e das instituições
educacionais aberta para todos onde puderam funcionar e competir os distintos
grupos sociais. Mas que nem sempre teve êxito. Daí surgiu a organização escolar
dos Jesuítas.
3.6 – Internatos e colégios femininos
Ante
a necessidade de dar uma educação adequada as meninas, se estabeleceram por
obra de religiosas, criam os internatos femininos. Partiam da formação básica e
diversos tipos de preparação das meninas para desempenhar seu papel de esposa e
mãe.
3.7 – Educação superior
A
primeira organização de instituições de educação foi a da casas de formação
filosófica e teológica dos religiosos, sobretudo nos conventos dominicanos,
franciscanos, agostinianos e mercedários e mais tarde os jesuítas.
3.8 – Colégios abertos a seglares
Foi
obra dos Jesuítas que segundo um espírito humanista e a metodologia implantam
em seus colégios a “Ratio Studiorum”.
3.9 – Universidades
As
primeiras universidades da América Latina seguiram o modelo de Salmantino, claro com o influxo das
ordens religiosas.
No
demais seguem o ritmo das demais universidades que já explicitamos
anteriormente.
3.10 – Universidades latino-americanas até a
independência
As
primeiras universidades brasileira que surgiram foram a de Salvador de Bahia
(1808) e da do Rio de Janeiro (1808).
4. Conclusões a respeito do
movimento universitário
1.
Somente tardiamente surgiu as universidades no Brasil,
anteriormente seguia os colégios dos jesuítas.
2.
As universidades da América Latina tiveram sua origem
nas instituições da Igreja até a independência.
3.
Houve uma maior proliferação das universidades depois
da independência.
4.
A expulsão dos jesuítas em Portugal e Espanha e a
independência das nações Latino-americanas, favoreceu para o movimento
universitário desenvolver.
5.
Hoje a América Latina, tem cerca de 70 universidades
católicas ou de inspiração católica, dentre elas 17 são pontifícias.
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