quinta-feira, 3 de março de 2016

TESES FUNDAMENTAIS DE BATISMO E CONFIRMAÇÃO BATISMO

TESES FUNDAMENTAIS DE BATISMO E CONFIRMAÇÃO
BATISMO
I.       INSTITUIÇÃO DO BATISMO
TESE: O Batismo, prefigurado no A.T e anunciado pelos profetas, foi instituído por Cristo, enquanto sinal salvífico da Nova Aliança.
CRISTO É O AUTOR DO BATISMO
TESE: É verdade que Cristo nunca batizou, porém, instituiu o batismo  afirmando a sua necessidade para a salvação e mandando a prática do mesmo.
II.     ESTRUTURA DO SIMBOLISMO BATISMAL
TESE: A estrutura simbólica fixa e imutável consiste na ablução com água (I), não com óleo, nem com fogo (cátaros e jacobinos), nem com cerveja (Noruega - 1841) e na Invocação Trinitária, a ela unida (II). Os demais elementos ilustram o mistério e estão sujeitos a mudanças.
FORMA DO BATISMO
TESE: A forma do batismo é constituída pela palavras de quem  o administra, as quais acompanham e determinam a ablução, com as palavras: Ego te baptizo in nomine Patri et Filii et Spiritus Sancti.
III.    A GRAÇA BATISMAL
TESE: O primeiro efeito do batismo cristão é a graça do inicio da justificação do homem por parte de Deus, que consiste na passagem do estado em que o homem nasce como filho de Adão ao estado de graça e de adoção como filho de Deus mediante JC. Esta graça de justificação compreende duas realidades intimas: a purificação do pecado (I) e o renascimento para a nova vida de adoção como filho de Deus (II).
PURIFICAÇAO DO PECADO
TESE: O batismo apaga todos os pecados pré-batismais quer o hereditário quer os pessoasi (I), juntamente com a pena (II). Portanto dois aspectos: apagamento do pecado e da pena.
A PENA E A PENALIDADE DEVIDAS AO PECADO
TESE: Pelo batismo são igualmente remidas todas as penas do pecado, pelos méritos da Paixão de Cristo. O Batismo também destrói o domínio da concupiscência e enfraquece a inclinação para o pecado.
O BATISMO E OS PECADOS PÓS-BATISMAIS
TESE: O batismo não tem o poder de perdoar os pecados pós –batismais como dizia Joviniano (400) ou como dizia Lutero. No entanto, só a penitência perdoa os pecados pós – batismais.
VIVOS PARA DEUS EM CRISTO: Nova vida de adoção
TESE: O batismo não só apaga o pecado, mas sim deposita no coração do homem o germe dessa vida de filiação divina. Nascendo para uma vida nova em Cristo (dimensão vertical); ao mesmo tempo, torna-nos irmãos em Cristo formando o novo povo messiânico (dimensão horizontal). Pelo batismo devemos levar uma vida santa, (dimensão pessoal, social, eclesial).
1)    Vida nova (dim. vertical)
TESE: Esta filiação não é metafórica nem poética, mas sim verdadeira, real e autêntica, pela ação do Espírito Santo.
IV.   O CARÁTER BATISMAL
TESE: O batismo validamente recebido imprime um caráter indelével por obra do Espírito e não pode ser repetido (I). Este caráter tem uma dimensão profundamente Cristológica e Escatológica (II). O batismo torna participes da missão de Cristo e da Igreja (III).
NATUREZA DO CARÁTER BATSIMAL
TESE: mediante o batismo os fiéis são configurados com Cristo por um caráter indelével e incorporados na Igreja (DZ 849).
1)   Dimensão Cristológica
a)   Configuração a Cristo morto e ressuscitado
TESE: Me incorpora a Cristo morto e ressuscitado dando-me uma vida nova em Cristo. Transformação vital, interior.
2)  Dimensão Eclesiológica
TESE: O caráter batismal me incorpora na Igreja que é Corpo Místico do Senhor.
CARÁTER BATISMAL E MISSÃO CRISTÃ
Problema: Que relação existe entre o batismo e missão de instaurar o Reino de Deus no mundo?
TESE: O Batismo nos faz apóstolos de Cristo, participes da missão de Cristo – missão sacerdotal, profética e real (LG 33).
1)   Dimensão Sacerdotal
A)   Caráter batismal e sacerdócio comum
TESE: Somos povo sacerdotal e cultual. Esta verdade está contida na SE, explicada pelos Santos Padres e depois de Trento quase nunca se fala até os século XIX e sobretudo no séc. XX graças ao movimento litúrgico e o Concilio Vaticano II.
B)  Relação entre Sacerdócio comum e Sacerdócio Ministerial
TESE: Ambos derivam do Sacerdócio de Xto, no dia do batismo (Sac. Comum) e no dia da ordenação (Sac. Ministerial). Embora se distingam essencialmente e não apenas em grau, estão todavia, orientados um para o outro, porque um e outro, cada um a seu modo, participam do único sacerdócio de Cristo. O sacerdócio ministerial com o poder sagrado de que está investido, forma e rege o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico na pessoa de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo; os fiéis em virtude do seu sacerdócio real, concorrem para a oblação da eucaristia, e exercem-no recebendo os sacramentos, com a oração e a ação de graças, como testemunho de uma vida santa, com a abnegação e a operosa caridade (LG 10).
C)  Exercício do Sacerdócio comum
TESE: Os leigos exercem seu Sacerdócio comum mediante a oblação na Eucaristia; mediante a recepção dos sacramentos; mediante a oração de cada dia, a ação de graças, como o testemunho de vida santa; com a abnegação e a caridade operosa (p. 97);LG 10-11.
2)   Dimensão Cultual
TESE: O batismo torna-me também participante do culto que Cristo e a Igreja prestam ao Pai. Prestamos este culto por meio de Cristo que é o único mediador, mediante a oferenda de nossa vida (oração, sacrifício) para a glória de Deus.
3)   Dimensão Profética
TESE: Cristo, profeta e mestre, ao subir para o Pai confiou aos apóstolos e neles a Igreja a tarefa sublime de anunciar o Evangelho através dos séculos. Aqui reside o novo dever missionário, por estar inserido nessa Igreja que é missão. O cristão cumpre esta missão pregando a Palavra e com o testemunho da vida matrimonial, familiar, social, política e pessoal.
4)   Dimensão Real
TESE: Mediante o batismo o cristão também participara da função real de Cristo. Esta função consiste numa liberdade de ordem espiritual conseguida mediante a luta contra ao pecado, o serviço aos outros, pois servir é reinar e a restauração das  instituições para que sejam justas e honestas.
CONCLUSÃO: O caráter batismal que nos incorpora a Cristo e a Igreja torna-nos participantes da sua missão Sacerdotal, oferecendo a Deus o culto e os nossos sacrifícios; profética pregando a Palavra de Deus e real lutando contra o pecado e instaurando a graça de Deus neste mundo.
V.    NECESSIDADE DO BATISMO PARA SALVAÇÃO
TESE: O batismo é necessário para a salvação, por disposição de Deus. É uma verdade de fé definida por TRENTO. Esta verdade foi negada pelos pelagianos[1] que também negavam o pecado original; depois pelos valdenses (XIII) e pelos protestantes que só aceitavam o batismo dos adultos para reavivar e alimentar a fé interior e pelos modernistas que diziam que o batismo é um preceito Eclesiástico e não dispositio Dei.
I.       NECESSIDADE DO BATISMO
TESE: O batismo é necessário para a salvação por expressão Dispositio Dei.
1)     Possibilidade de Salvação sem batismo
TESE: Podem se salvar aqueles que por insuperáveis dificuldades de ordem física ou moral estão impedidos de recebê-lo. Isto através do batismo de Sangue e de desejo, pelos méritos da Paixão de Cristo e pelo Espírito Santo, mas estes batismo não imprimem caráter.
II.     BATISMO DAS CRIANÇAS
TESE: A universal necessidade do batismo para a salvação traz consigo duas grandes questões: a do batismo das crianças (I) e o destino daquelas que, antes do uso da razão, morreram sem ter recebido a ablução batismal.
1)     O batismo das crianças hoje
TESE: As várias objeções levantadas, atualmente, contra a prática do batismo das crianças, podem reduzir-se a CINCO: são de ordem bíblica, teológica, antropológica, sociológica e pastoral.
VI.   MINISTRO E SUJEITO DO BATISMO
TESE: O ministro principal do batismo, como dos outros sacramentos, é o próprio Cristo, pois os sacramentos são ações salvíficas do Verbo encarnado. O ministro visível é o seu instrumento: bispo, presbítero, diácono, todo homem o mulher, com estas condições: (I) que o ministro do batismo tenha o uso da razão; (II) observe a forma sacramental prescrita pela Igreja; (III) que tenha a intenção de fazer aquilo que faz a Igreja. E para os adultos estas são as condições: Antes de tudo, a fé; manifestar a sua livre vontade de receber o sacramento e uma cuidada instrução do batizado nas verdades de fé e sobre deveres cristãos.



CONFIRMAÇÃO
I.        A SACRAMENTALIDADE DA CRISMA
TESE: A confirmação é um sacramento verdadeiro, distinto do batismo, instituído por Cristo. Esta foi sempre a doutrina da Igreja, apoiada na Sagrada Escritura.
II.       O SINAL SACRAMENTAL DA CONFIRMAÇÃO
TESE: A matéria da confirmação é a unção do crisma na fronte, que se faz com a imposição da mão (CDC 880, §1). A forma da confirmação consiste nas palavras que acompanham a imposição individual das mãos, com que se faz a unção da fronte: “Recebe o sinal do Dom do Espírito Santo”,  ou «áccipe signaculum doni Spiritus Sancti»
CONCLUSAO: Paulo VI reformou os dois elementos essenciais da confirmação: "O sacramento da confirmação se confere (na Igreja latina) mediante a unção da crisma na fronte, que se faz com a imposição da mão e mediante as palavras: Áccipe signaculum doni Spiritus Sancti”.
III.    OS EFEITOS DO SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO
TESE: O efeito do sacramento da Confirmação é a infusão do Espírito Santo em plenitude, tal como outrora aos Apóstolos, no dia de Pentecostes (CICat 1302). Daí que a Confirmação venha trazer crescimento e aprofundamento da graça batismal. Outro efeito da Confirmação é que imprime na alma uma marca espiritual indelével, o caráter, que é sinal de que Jesus Cristo marcou o cristão com o selo do seu Espírito, revestindo-o da fortaleza do Alto, para que seja sua testemunha (CICat 1304).
IV.    CARÁTER DA CONFIRMAÇÃO E NECESSIDADE DO SACRAMENTO
1.   O caráter da confirmação
            Todo o anterior supõe o caráter da confirmação. Como o batismo, assim a confirmação imprime um caráter indelével, específico deste sacramento, que portanto é inrepetível e único. É uma especial configuração com Cristo e incorporação à Igreja.
2.   Necessidade da confirmação
A confirmação não é necessária para a salvação pessoal nem é necessária por um mandato explícito de recebê-la. Receber a confirmação é uma exigência teológica, requerida para o cumprimento histórico-salvífico da Igreja por meio do influxo da plena existência cristã, isto é, pela vida espiritual da comunidade cristã e dos indivíduos.
CONCLUSÃO : Em resumo outros efeitos (CDC 1304):
·         Enraíza-nos mais profundamente na filiação divina, nos permite dizer: “Abba! Pai” (Rm 8, 15).
·         Une-nos mais firmemente a Cristo.
·         Aumenta em nós os dons do Espírito Santo.
·         Torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja.
·         Dá-nos uma força especial do Espírito para propagar e defender a fé, pela palavra e pela ação, como verdadeiras testemunhas de Cristo, e para nunca nos envergonharmos da cruz.
V.     MINISTRO E SUJEITO DA CONFIRMAÇÃO
1.   O Ministro:TESE: O ministro ordinário da Confirmação é o Bispo; administra validamente este sacramento também o presbítero dotado de tal faculdade, em virtude do direito comum ou por concessão especial da autoridade competente (CDC 882). O sujeito da Confirmação é todo o batizado que não tenha sido confirmado. Também as crianças podem receber validamente este sacramento, e, si se encontrarem em perigo de morte deve administrar-se-lhes a confirmação.
a) O ministro ordinário:O ministro ordinário (Vat. II: LG 26) é o bispo.
b) O ministro extraordinário: O ministro extraordinário (no ocidente) é o sacerdote que em virtude de uma disposição geral ou de um especial indulto apostólico, recebeu tal poder.
2.   O sujeito da confirmação :
·        Quem: Pode e deve receber este sacramento, todo batizado ainda não confirmado.
·        Idade: Confira-se à idade do discernimento, a não ser que as conferências episcopais estabeleçam outra idade, ou não haja perigo de morte ou uma causa grave (CDC 891).



[1] Seguidores do monge Pelágio (± 400), diziam que podíamos nos salvar sem a graça de Deus.

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