VOCABULÁRIO DE SACRAMENTOS EM GERAL
1.
Sacramento em sentido
amplíssimo – é um signo de uma realidade sagrada; um signo que consiste
numa realidade sensível, histórica (isto é, do âmbito espaço-temporal) que
manifesta a realidade de Deus.
2.
Sacramento em sentido
amplo e mais próprio – é uma forma visível do dom da graça invisível,
quer dizer, a manifestação sensível, histórica do dom invisível da graça de
Deus, ou em outras palavras, toda a realidade sensível, temporal, por meio da
qual se manifesta a doação da graça de Deus.
3.
Aliança – é, em termos bíblicos, a
comunhão de Deus com o homem e dos homens entre si.
4.
A Economia da salvação – é a revelação e realização do Mistério de Xto
na história, segundo um plano ou disposição sabiamente ordenada. Outros nomes:
plano de Deus ou desígnio benevolente de Deus para nossa salvação; Economia do
Verbo Encarnado, Economia do Mistério.
5.
O Mistério de Xto – é a doação que o
Pai faz de seu Filho amado e do Espírito Santo para a Salvação do mundo e a
gloria de seu nome.
6.
A função sacerdotal de Xto – é a
obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, realizada
principalmente pelo Mistério Pascal.
7.
O Mistério pascal – é o mistério da
Paixão, Ressurreição dentre os mortos e gloriosa Ascensão.
8.
Sacramento como ato litúrgico – é um
signo sensível eficaz da santificação dos homens e do culto a Deus.
9.
Liturgia – é o exercício da função
sacerdotal de JC na qual, mediante signos sensíveis, se significa e realiza,
segundo o modo próprio de cada um, a santificação do homem, e assim, o Corpo
Místico de Xto, isto é, a Cabeça e seus membros, exerce o culto público
integral (SC 7).
10.
Linguagem – a comunicação humana em geral, não só a comunicação por palavra.
11.
Comunicação interpessoal – é uma expressão de si que chama ao
outro a dar uma resposta para criar uma situação nova entre os dois.
12.
Mistério, em geral – é uma realidade que em si mesma
permanece oculta a nossa experiência direta, mas que se pode conhecer de algum
modo por meio de outras realidades nas quais se manifesta.
13.
Signo – é uma realidade que faz referência a outra, uma realidade que,
uma vez conhecida, nos traz à mente outra realidade diversa de si.
14.
Sinal – é um signo cujo significado consiste numa realidade material da
qual é efeito.
15.
Signo convencional – é aquele cujo significado depende da
decisão humana. O consenso e a tradição da sociedade proporciona o “código”
para interpretar estes signos.
16.
Símbolo – é uma realidade com consistência e sentido próprio, a partir da
qual se pode evocar outra realidade, geralmente de ordem espiritual, por uma
relação de analogia (quer dizer, semelhança) que tem com ela.
17.
Símbolo real – é aquele que não só tem uma relação de analogia, mas também de
participação com a realidade que representa. Quer dizer, o significante de
algum modo forma parte do significado.
18.
Símbolo especulativo – é aquele que pretende principalmente
comunicar a nível informativo: descrever ou definir uma realidade, explicar sua
estrutura ou sua essência, de modo que nós possamos ter uma idéia clara;
19.
Símbolo pratico – é aquele que não só causa efeitos a nível intelectivo em quem o
recebe, mas também a nível afetivo, e movem
à ação. Ou inclusive é ele mesmo uma ação pratica, e por ele, causa algum
efeito no ser ou no atuar de quem os recebe, ou em suas relações com os demais,
em seu posto na sociedade, etc.
20.
Rito – é uma determinada ação simbólica, que pode ser mais ou menos
complicada, geralmente composta de palavras e de gestos, que adquire um
significado fixo e uma validez prática no seio de uma sociedade.
21. Comemoração
ou memorial – é um rito
através do qual se busca fazer presente, de modo simbólico, fatos ou pessoas do
passado que têm relevância para essa sociedade, porque definem sua identidade
ou sua origem fundacional.
22.
Mistério transcendente – é o Mistério absoluto e infinito que está
mais além de todo (transcende a tudo), e que dá a realidade, dá o ser a tudo (e
neste sentido é imanente a tudo). Na
realidade é o Mistério de Deus.
23.
Símbolo religioso – é o símbolo mediante o qual o homem
expressa a dimensão mais profunda de seu mistério interior: a abertura ao
Mistério de Deus, e trata de comunicar com Ele.
24.
Simbolismo religioso – consiste no uso de analogias com
realidades ao alcance da experiência humana para expressar o chamando e a
experiência do Mistério transcendente e para tentar uma resposta, apesar dos
obstáculos.
25.
Arquétipos religiosos – são esquemas espaços-temporais através dos
quais se quer compreender e expressar, por analogia, o que está mais além do
tempo e do espaço. Os símbolos religiosos se organizam segundo estes esquemas.
26.
Mito – é uma narração simbólica que busca
expressar a situação humana em relação com a transcendência, explicar as causas
dos conflitos e propor as possíveis soluções.
27.
Fatos fundantes – são os fatos narrados simbolicamente nos
mitos, quer dizer, situações primordiais que expressão a relação com a
transcendência.
28.
Rito religioso – é a ação simbólica que se considera
dotada de uma eficácia prática enqto às relações do individuo e da sociedade
com a Divindade.
29.
Rito religioso memorial – é aquele no
qual se realiza a representação simbólica do evento primeiro ou fundante
narrado pelo mito, com a intenção de fazer participar nele ao ser humano e a
comunidade religiosa.
30.
O sacrifício religioso – é uma
doação à Divindade que simboliza todo o que o homem ou o povo religioso é e
tem.
31.
Tempo sacro – é um tempo que se percebe como
qualitativamente distinto do tempo normal, é um tempo de festa, um voltar ao
tempo primordial.
32.
Lugar sacro – é o ponto de comunicação simbólica com o
transcendente.
33.
A comunidade religiosa – é a que atribui sua origem ao fato de haver
sido suscitada ou convocada pela Divindade e se considera se faz “parte” da
Divindade.
34.
Ministro sacro – é a pessoa que exerce como mediadora entre a
comunidade e a Divindade.
35.
Oração – é a tentativa de
comunicação afetiva e verbal com a Divindade.
36.
Sacramento primordial – é um signo
que transmite eficazmente no mundo visível o mistério escondido em Deus desde a
eternidade. Em outras palavras, é um sacramento em sentido amplo que fundamenta
a existência dos sete sacramentos da Igreja. Fundamenta quer dize que é seu
pressuposto: a sacramentalidade dos sete sacramentos, surge da sacramentalidade
das realidades que se apresentam como sacramentos primordiais.
37.
Ministerialidade do ser humano – é o
atuar do homem em representação de Deus; a mediação do ser humano entre Deus e
o criado. Se atua quando o ser humano interpreta as coisas, revela seu sentido
oculto, se serve delas, e através de suas palavras e gestos, comunica com os
outros seres humanos e com Deus.
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