sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A REVELAÇÃO SEGUNDO O CIC



A REVELAÇÃO SEGUNDO O CICat
PRIMEIRA PARTE – A PROFISSÃO DE FÉ
SEÇÃO I – “EU CREIO” – “NÓS CREMOS”
Ø  A definição de Fé: A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida.
CAPÍTULO I
O HOMEM É “CAPAZ DE DEUS”
Ø  Deus nos fez capazes de descobrir a sua existência.
  1. O desejo de Deus
-          O homem é criado por Deus e para Deus ... e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade. (Art. 27);
-          As múltiplas maneiras do homem buscar a Deus: crenças, comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações etc.); o homem pode ser chamado de um ser religioso. (28)
-          Esta busca exige do homem todo o esforço de sua inteligência, a retidão de sua vontade, “um coração reto”, e também o testemunho dos outros, que o ensinam a procurar a Deus.
2.     As vias de acesso ao conhecimento de Deus
·                Estas também são chamadas de “provas da existência de Deus” (no sent. Argumentar, convergir e convencer, provar racionalmente);
·               As vias para chegar a Deus partem da criação: o mundo material e a pessoa humana.
·               Mundo – a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo;
·               O homem – com abertura à: verdade, beleza, com o senso do bem moral, liberdade e sua consciência, com sua aspiração ao infinito e à felicidade, ele se interroga sobre a exist. de Deus.
·               Assim por estas diversas vias, o homem pode aceder ao conhecimento da exist. de uma realidade que é a causa primeira e o fim último de tudo, “e que os homens chamam Deus”.
3.     O conhecimento de Deus segundo a Igreja
§    Deus pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana a partir das coisas criadas;
§    O homem enfrenta dificuldades para conhecer a Deus apenas com a luz de sua razão;
§    Este é um Deus pessoal que governa e protege o mundo com sua Providencia;
§    E uma vez que a razão não consegue dar explicações racionais, o homem tem necessidade de ser iluminado pela revelação de Deus, sobre as “verdades religiosas e morais”, que não são inacessíveis à razão, a fim de que sejam conhecidas com certeza firma e sem mistura de erro.
§    Quando a razão não consegue explicar, entra a revelação divina;
4.     Como falar com Deus?
v   Uma vez que nosso conhcto de Deus é limitado, também limitada é a linguagem sobre Deus. Só podemos falar de deus a partir das criaturas e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar;
v   As criaturas, todas elas trazem em si certa semelhança com Deus, particularmente o homem criado à “imagem e semelhança” (Gn 1,27);
v   Deus transcende a toda criatura, pois para não confundirmos o Deus “inefável, incompreensível, invisível, inatingível” com as nossas representações humanas;
CAPÍTULO II
DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM
ARTIGO 1
A REVELAÇÃO DE DEUS
Ñ          O homem pode conhecer a Deus com certeza a partir de suas obras;
Ñ          Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem, (...) revela seu projeto enviando seu Filho bem-amado NSJC e o ES.
1.      Deus revela seu “projeto benevolente”
·            O projeto divino da Revelação realiza-se ao mesmo tempo “por ações e por palavras”, esse projeto comporta uma “pedagogia divina” = DEUS comunica-se c/ o HO, prepara-o por etapas e que culminará com a pessoa do VERBO encarnado, JC.
2.      As etapas da revelação (histórica)
a) Desde a origem, Deus se dá a conhecer
-          Desde os primórdios Deus convidou nossos pais a uma comunhã o intima, onde ele se relaciona e se revela, revestindo-os de uma graça e de uma justiça respandescentes
-          DEUS, “após a queda destes, com a prometida redenção, alentou-os a esperar uma salvação e velou permanentemente pelo gênero humano, a fim de dar a vida eterna a todos aqueles que , pela perseverança na prática do bem procuram a salvação”. (DV 3)
b) A Aliança com Noé
-          Exprime o principio da Economia divina para com as “nações”, isto é, para com os homens agrupados “segundo seus países, língua, clãs” (Gn 10,5; 10,20-31);
-          A Escritura exprime que grau elevado de santidade podem atingir os que vivem segundo a Aliança de Noé, na expectativa de que Xto “congregue na unid. Todos os filhos de Deus dispersos” (Jo, 11,52);
c) Deus elege Abraão
-          Para faze-lo pai de uma multidão de nações (gn 17,5): Em ti serão abençoadas toas as nações da terra (Gn 12,3)
-          O povo que surge daqui, serão os depositários da promessa feita aos patriarcas;
d) Deus forma seu povo Israel
-          Israel é o povo sacerdotal do Senhor, ele os retirou da escravidão do Egito; fez aliança com Moisés e deu a sua Lei (Tora);
-          Por meio dos profetas Deus forma seu povo na esperança da salvação;
3.      Cristo Jesus “Mediador e Plenitude de toda a Revelação”
v   Xto é a expressão completa do Pai;
v   Hb 1,1-2 – Deus fala agora por meio de seu Filho ...
a) Não haverá outra Revelação
·            As revelações que aconteceram ao longo dos séculos, tem por função não de “melhorar ou completar” a Revelação definitiva de Xto, mas ajuda a viver com maior plenitude.
·            A fé cristã não pode aceitar “revelações” que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação da qual Xto é a perfeição.
ARTIGO 2
A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA
“Deus dispôs com suma benignidade que aquelas coisas que revelara para a salvação de todos os povos permanecessem sempre íntegras e fossem transmitidas a todas as gerações” (DV 7)

1.      A Tradição apostólica
-          Xto ordenou aos Apóstolos que o Evangelho fosse por eles pregado a todos os homens (...)
a) Pregação apostólica ...
A transmissão do Ev. deu-se de duas maneiras:
·            Oralmente – “pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições transmitiram as coisas  que ou receberam em palavras da convivência e das obras de Xto ou aprenderam das sugestões do ES”.
·            Por escrito – “com também pelos apóstolos e varões que, sob inspiração do mesmo Espírito escreveram a mensagem da salvação”.
b) ... Continuada na sucessão apostólica
-          “Os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, que transmitiram o encargo de Magistério”
-          Essa transmissão viva, realizada pelo Espírito Santo, é chamada de TRADIÇÃO enquanto distinta da S. Esc., mas intimamente ligadas. Por meio da tradição, “a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que ela crê”. (DV 8).
2.      A relação entre a Tradição e a Sagrada Escritura
a)             Uma fonte comum ...
-          Elas estão entre si estreitmaente unidas e comunicantes. Pois, ambas promam da mesma fonte divina, formam um só todo e tendem para o mesmo fim. Tanto uma como outra tornam presente na Igreja o mistério de Xto, que prometeu estar com os seus “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20)
b)             ... Duas modalidades distintas de transmissão
-          “A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto redigida sob a moção do ES”.
-          Quanto à Sagrada Tradição, ela “transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Xto Senhor e pelo ES aos apóstolos, que por meio da sua pregação se conservem, exponham e difundam” (DV 9)
-          Daí que a Igreja, a qual está confiada a transmissão e interp. da Revelação, não possui a certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência. (DV 9).
c)             Tradição apostólica e tradições apostólicas
-          Existe a Tradição dos apóstolos, da qual estamos relatando e, outras tradições;
-          Desta Tradição devemos distinguir as “tradições” teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais surgidas ao longo do tempo nas Igrejas locais.
3.      A interpretação do depósito da fé
·            O depósito da fé é formado pela Tradição e pela S. Escritura;
·            “O patrimônio sagrado” (2Tm 1,12-14) da fé, contido na Sagrada Tradição e na S. Escritura, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja.
a)             Magistério da Igreja
-          O múnus de interpretar a Pal. de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade exerce em nome de JC, isto é, foi confiado aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.
b)             Os Dogmas de fé
·            O Magistério da Igreja através de sua autoridade dada por JC, define dogmas quando obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm conexão necessária.
·            Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé (Jo, 8,31-32)
Assim, segundo o plano divino, a S. Tradição,  a S. Escr. e o Magist. da Ig. estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo ES, contribuem eficazmente para a salvação das almas.

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