SEGUNDA PARTE – O TEMA DA REVELAÇÃO NOS STOS PADRES
CAP. I – PRIMEIRAS TESTEMUNHAS
I.
Os
Padres da Apostólicos
1.
O
autor da Didaché recomenda que a
mensagem se separe dos mandamentos do Senhor (4,12), mas que todos sigam “a regra
do Evangelho” (11,3) conformando-lhe as ações (15,3-4).
2. Clemente
de Roma
o
Atesta
a fé recebida; uma das características de sua epistola é a fidelidade à herança
que recebera dos apóstolos;
o
O
Xto é o mestre cujo ensinamento leva à salvação (36,1) sendo os apóstolos os
mensageiros da Boa-nova anunciada;
o
Clemente
designa pois os objeto da fé como Boa-nova, instruções de Xto, palavra de Deus
pregada na força do Espírito Santo;
3. Policarpo
o
Recomenda
aos filipenses que marchem no caminho da verdade traçado pelo Senhor (5,2;4,1),
que sejam ‘dóceis à palavra da justiça’ (9,1). Insiste: sirvamos ao Senhor
“como ele mesmo nos mandou, assim como os apóstolos que nos pregaram o
Evangelho e os profetas que nos anunciaram a vinda do Senhor” (6,3).
Abandonemos “as falsas doutrinas pra voltarmos ao ensinamento que nos foi
transmitido desde o começo”.
4. Pápias
o
Estabelece
oposição entre os “mandamentos estranhos” e os “mandamentos dados pelo Senhor,
à fé nascidos da própria verdade” (Eusébio, HE 3,39,3-4).
5. Inácio
de Antioquia
o
Impregnado
do NT (Paulo e João)
o
Vê
no Xto o conjunto da verdade e dádiva, o mediador da revelação e da salvação;
o
Xto
é o Filho que o Pai enviou ... “é a boca sem mentira pela qual o Pai faloui
verdadeiramente” (Rm 8,2);
o
O
conhecimento de Deus é JC, indicando assim que o Xto é o Mestre único, pelo
qual Deus se nos dá a conhecer;
o
É
preciso permanecer firmes nos “ensinamentos do Sr. e dos apóstolos”; nesse
movimento de fidelidade três termos são correlatos: Xto, os apóstolos e a
Igreja, representada pelo seu bispo e seu presbitério.
o
A
revelação abraça toda a “economia ... referente ao homem novo, JC” (Ef 20,1).
Fonte de salvação para todos os homens;
o
Somente
ao Xto “foram confiados os segredos de Deus. Ele é a Porta do Pai, pela qual entram Abraão, Isaac, Jacó, os profetas e
os apóstolos da Igreja. Para todos o Xto é o único salvador e Revelador.
o
O
objeto da fé, 2º os Padres Apostólicos, é a palavra de Deus. O conjunto dos
mandamentos e instituições dados a humanidade pelo Xto, profetas e apóstolos.
o
Inácio
vê no Xto o todo da revelação e o
todo da salvação. O Xto é o conhecimento do Pai.
II.
Os
Apologetas
Ø Os apologetas, diante dos sistemas filosóficos do século, procuram
apresentar o Evangelho ao mundo helênico a partir da idéia de que o LOGOS, o
Pneuma é Deus difundido no universo.
Ø Isso está no centro da teologia joanina, assim eles elaboraram uma
teologia do Logos, das manifestações do Deus transcendente pelo Logos criador,
revelador e salvador.
1. São
Justino
Ø Deus criou
e organizou o cosmos por seu Logos, e para esta obra é que Deus o concebeu;
Ø O Logos
existe antes da criação;
Ø Parece que
para Justino a geração do Logos é a ação pela qual Deus, antes de criar, por
seu poder e vontade, emite o Verbo como artífice da criação;
Ø O Logos é o
revelador e salvador (função religiosa);
Ø Toda a
verdade origina do Logos/Verbo divino. Em cada homem há uma semente, “um germe
do Logos”, que lhe permite atingir parcialmente a verdade e exprimi-la; todos
os homens participam do Logos divino;
Ø Os profetas
foram os proclamadores de um único objeto de proclamação: o Xto e seu mistério;
Ø Justino
distingue entre Pleno
conhecimento que o verbo deu ao se revelar no Xto e o parcial através da
participação no verbo dado aos pagãos. Só o Xtão vive segundo o conhecimento e
a contemplação do verbo total que é o Xto.
Ø Pelo Logos
encarnado é que nos vem o conhecimento do Pai;
Ø Sua
doutrina é de Salvação: o Logos fez-se homem “para trazer-nos uma doutrina que
renovasse e regenerasse o gênero humano”.
Ø A adesão ao
Evangelho é realizada pela graça, pois ninguém pode ver ou compreender se Deus
e seu Xto ñ lhe dão compreender (Dial 7,3);
2. Atenágoras
Ø Deus é invisível e incompreensível:
somente Deus nos pode ensinar algo sobre Ele mesmo (Leg. VII). É uma doutrina
“ensinada por Deus”.
Ø Deus pode ser conhecido, sem a revelação,
por meio de suas obras pela razão;
Ø Atenágoras admite certo conhecimento
popular, intuitivo que ele chama de caminho da consciência; mas ante a
revelação, ele se torna débil, incompleto e possível de erro.
3. São
Teófilo de Antioquia
Ø A razão pode apresentar certa
demonstração da existência de Deus: “pela sua providencia, por suas obras,
deixa-se ver e compreender”. Mas é preciso, uma alma pura e liberta das
paixões;
Ø Atribui as teofanias ao Logos;
Ø É o Logos, o Verbo de Deus, o
intermediário entre o Pai e o mundo; o Pai transcende o espaço e o lugar;
Ø Insiste na importância dos profetas na
economia da revelação;
4. Epístola
a Diogneto
Ø
Segundo
o autor, a fé dos Xtãos vem do próprio Deus que “entre os homens estabelece a
Verdade, o Logos Santo e incompreensível”. Ele mesmo se manifestou (VIII, 5-6);
Ø
A
razão humana é incapaz de compreender a natureza divina; ao mesmo tempo, ñ nega
a possibilidade de conhecer a Deus pelas forças naturais da razão;
Ø
Só
a revelação pode dá um conhecimento autentico de Deus;
Ø
O
revelador é o Logos, o Filho (IX, 4), Filho de Deus, o Monogenes, Logos e
Verdade, é sua missão revelar o autentico e pleno conhecimento de Deus.
Ø
Pela
fé conhecemos a Deus de uma maneira completa e eficaz.
Ø
A
revelação se realiza no tempo, mas realiza um designo eterno do coração de Deus.
Ø
A
Epistola insiste na continuidade entre a missão do Logos e a missão da Igreja.
Ø
A
Igreja é o lugar privilegiado onde se prolonga entre os homens a ação do Logos
salvador e revelador.
CONCLUSÃO:
Ø
Mesmo
com a razão humana podendo chegar ao conhecimento de Deus, os apologetas
concluem ser necessário a revelação para chegarmos a um conhecimento autentico
do Deus incognoscível e transcendente. É pelo Logos que o Pai é manifestável e
manifesto.
Ø
O
Logos manifestou-se plenamente pela encarnação, manifestando aos homens os
mistérios e segredos do Pai, seu plano de salvação, ensinado-lhes a doutrina e
os preceitos divinos.
CAP. II – SANTO IRINEU
CAP. III – TESTEMUNHAS DA IGREJA GREGA
I.
Os
Alexandrinos
1. Clemente
de Alexandria
v
Procura
em primeiro lugar a revelação de Deus;
v
No
centro de sua teologia, Clemente coloca o Logos encarnado, o Cristo, fonte de
todo o conhecimento e salvador dos homens. O Logos é o criador e ordenador do
mundo.
v
Clemente
atribui-lhe uma tríplice função para a humanidade: ele converte, educa,
instrui.
v
O
logos é indicado para revelar o Pai, sendo ele a Face e a Imagem do Pai.
v
No
seio da Trindade o Logos é gerado desde logo como Imagem do pai, é ele enviado
como revelador do Pai. Ele dá uma unidade à revelação, ao longo da história
humana.
v
Clemente
atribui ao Logos as teofanias, pela encarnação ele mesmo se torna homem e nos
“fala ... claramente”. Ao revelador, o Verbo tem um só fim – salvar a
humanidade.
v
Insiste
na unidade orgânica do AT e do NT, pois são obras de um só Deus, por seu Verbo,
e levou todos para um só conhecimento.
v
A
diferença entre a Lei e o Evangelho está na encarnação do Logos: por Moisés
recebemos a Lei; o Evangelho, por Xto.
v
Distingue
duas faces da revelação – a profecia e a explicação da profecia. A profecia é
um ensinamento em imagens, cheio de mistérios, que permanece obscuro até sua
realização. O Xto apresenta-se como a explicação da profecia.
v
A
teologia de Clemente situa a própria filosofia na órbita da economia da
revelação. Dessa maneira judeus, gregos e Xtãos, a filosofia, a Lei e o
Evangelho formam uma só ordem salvífica: são três disposições ou testamentos
cujo autor é o mesmo Logos.
v
É
preciso distingue a filosofia considerada como economia ou disposição histórica
que levou os gregos para o Cristo, e a filosofia como instrumento a serviço da
verdade revelada.
v
O
Xto é a lua plena, o Sol que apaga toda noite. Esse simbolismo da luz, de
ressonância joanina e platônica, é o preferido por Clemente para indicar a
revelação, natural ou sobrenatural.
v
O
Logos é a luz do gênero humano.
v
Os
apologetas insistem na ação do Logos no mundo; chamando Xto de Luz, Clemente
insiste em sua ação individual, no intimo da alma.
v
Com
o dom da revelação recebida na fé inaugura-se todo um movimento, o de sua
frutificação pela gnose. Não é uma nova revelação ou conhecimento oculto, mas
um crescimento na fé. Clemente vê a ordem da salvação como uma passagem das
trevas à fé, da fé à gnose. A gnose está pois, ao alcance do filosofo, do judeu
e do crente. Mas a verdadeira gnose só é possível ao crente. Ele recebe, no
batismo, o germe da fé. Germe que se deve desenvolver. A gnose é o crescimento
da fé.
v
O
Logos é a fonte única donde flui toda verdade.
O cume da ação reveladora é a encarnação do Logos
v
É
pela encarnação que se distingue o Evangelho da Filosofia grega e do AT.
2. Orígenes
3. Santo
Atanásio
4. S.
Cirilo de Alexandria
II.
Os
Capadócios
1. S.
Basílio
2. S.
Gregório de Nissa
III. S. João Crisóstomo
CAP. IV – TESTEMUNHAS DA IGREJA LATINA
I.
Tertuliano
II.
São
Cipriano
III. Santo Agostinho